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SAÚDE

Prolongamento da pandemia traz impactos à vida social e saúde da população idosa

Por serem grupos de risco, idosos tiveram que interromper atividades sociais, o que leva à piora da saúde neurológica

18.mar.2021 às 12h24
Atualizado em 19.mar.2021 às 12h24
Petrolina (PE)
Vanessa Gonzaga

Lenilda Sobreira tem usado o tempo livre para pôr as leituras em dia - Arquivo Pessoal

Aos 82 anos, dona Lenilda de Lima jamais esperava viver uma pandemia. Cumprindo o isolamento social desde o início dos casos em Pernambuco, a aposentada, que tem 10 netos e já é bisavó, afirma que não costumava sair muito, mas que sente falta de amigos e familiares e percebe os impactos negativos. “Perdi bastante a minha memória, mas não perdi o senso. O raciocínio está mais ou menos conservado, perdi um pouco da visão, da audição, da locomoção. Tenho dificuldades pra andar e isso me obriga a ter constantemente companhia. Até um pouco antes da pandemia eu era independente”, explica. 

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A queixa não é uma exceção. O geriatra e professor da Universidade de Pernambuco (UPE) Alexandre de Mattos explica que há uma relação entre a vida social e a saúde da população idosa. “O contato social para os idosos é fundamental na manutenção da saúde mental, não só para evitar adoecimentos em relação a transtornos mentais, como para quem já tem algum tipo de transtorno ou síndromes demenciais como Alzheimer, porque a diminuição do contato social é um vetor muito forte no agravamento dessas doenças. Tenho recebido muitos casos desses”, afirma. 

De acordo com dados do IBGE, 13% da população brasileira está na faixa acima dos 60 anos, o que em números, são 28 milhões de brasileiros e brasileiras que se encaixam em grupo de risco e que deveriam se manter em isolamento. Contudo, a questão é complexa, já que dados do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) apontam que deste total de brasileiros com 60 anos ou mais, 22,9% trabalham, 83,2% moram com alguma pessoa e 21,9% moram com um parente que em idade escolar, o que dificulta o isolamento total dessa parcela da população e os expõe a risco. 

Dona Lenilda, que já teve a covid-19 e também recebeu as duas doses da vacina, tem mantido as medidas de isolamento, mas sente falta da vida que tinha antes da pandemia. Para passar o tempo, ela tem mantido alguns hábitos. “Leio bastante, bastante mesmo. Leio revistas, que é minha leitura predileta. Leio muitos livros, mas minhas preferências são as boas revistas. Gosto de conversar, mas não vou à casa de ninguém e nem ninguém vem aqui, apesar de ser algo que me agrada muito”. Ela também sente falta do cinema, já que tinha o hábito de assistir filmes frequentemente com uma das filhas e, para ela, “não é a mesma coisa que assistir o filme em casa na televisão”, reclama. 


Em um cenário de melhora do cenário da pandemia, é possível ter contato respeitando os protocolos sanitários / Michele de Mello

A questão é que as atividades sociais do cotidiano têm uma função protetora não só psicológica, mas neurológica, como explica Alexandre. “A gente fala muito da questão psicológica, mas tem também a questão biológica e neuroquímica. Para o funcionamento adequado do cérebro e das funções cognitivas e até para evitar e não piorar os transtornos mentais, o contato social é fundamental. Tem a questão psicológica sim, mas ela envolve os circuitos cerebrais e funções neuroquímicas também”.

O geriatra aponta que para quem já apresentava alguns sintomas, o prolongamento do isolamento teve um impacto significativo na memória e na sociabilidade. “Os idosos passaram a ter muito mais sintomas neste período de isolamento, com muitos sintomas comportamentais e piora da funcionalidade cognitiva. Algumas doenças são mais prevalentes nessa fase da vida, e faz parte do tratamento não farmacológico uma série de atividades físicas, cognitivas e sociais e quando isso é privado, existe de fato uma piora”.

Com o cenário de colapso na saúde, aumento de casos e recorde de mortes no país, fica ainda mais difícil prever quando será possível voltar a ver os amigos e parentes. Dessa forma, existem duas alternativas: Em um cenário de melhora do cenário da pandemia, é possível ter contato respeitando os protocolos sanitários, como explica Alexandre. “No contato presencial é essencial usar EPIs, máscaras, face shield e não ter contato próximo. É essencial que todo mundo use máscara e que opte por lugares abertos. E que mantenham o distanciamento de pelo menos 1,5m. Isso diminui muito a possibilidade de contágio”. 

Já no cenário atual, o contato por telefone ou pela internet já cumpre a função. “Se conseguimos ter o contato com familiares por conversas, pelas chamadas de vídeo, isso já supre bem. Acontece que nessa faixa etária não se tem o engajamento com a tecnologia, mas para quem tem já ajuda bastante e é extremamente seguro”, explica. Lenilda tem feito uso da tecnologia para manter o contato com pessoas queridas. “As afeições sinceras a gente conserva, outras a gente recupera, não deixando de comunicar uma vez ou outra, porque temos esses recursos tecnológicos”. 

Agora, ela espera que a vacinação em massa aconteça, mas acredita que o mundo será diferente. “Minha idade já é avançada, estou mais perto da linha de chegada. Não há esse tempo todo para esperar. Para mim, vai ser demorado mais um ano pras coisas voltarem – ao ‘normal’ não, porque eu acho que nunca mais será como antes. Mas é sempre assim, quando vem algo dessa gravidade é custoso para recuperar”, conclui.

 

Editado por: Vinicius Sobreira
Tags: brasil de fatopernambucosaúdesaúde mental
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