Morreu nesta sexta-feira (23), aos 69 anos, o presidente do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Levy Fidélix, em São Paulo. Ele presidia o PRTB, legenda do vice-presidente Hamilton Mourão, e teve trajetória marcada por declarações homofóbicas e fracassos eleitorais.
O perfil do político no Twitter comunicou o falecimento no início da madrugada de sábado (24), mas a causa da morte não foi informada.
Já em um tweet de Sandra Terena, jornalista e cineasta indígena que se diz amiga pessoal do político, a informação é de que Fidélix teria sido vítima da covid-19. Ele estava internado em um hospital em São Paulo desde março deste ano.
Comunicado de Falecimento.
É com profunda dor e pesar que o PRTB, por sua diretoria, comunica o falecimento do nosso Líder, Fundador e Presidente Nacional Levy Fidelix, ocorrida nesta data na cidade de São Paulo. Descanse em paz homem do Aerotrem! 🙏🏻 pic.twitter.com/ExdwhGQOOE
— Levy Fidelix (@levyfidelix) April 24, 2021
Com tristeza, informo o falecimento de um pioneiro do conservadorismo no Brasil, Levy Fidelix por COVID-19. O óbito foi confirmado às 20 horas desta sexta-feira (23). Que o Espírito Santo console a família. Meu marido, o jornalista Oswaldo Eustáquio foi um grande amigo de Levy.
— Sandra Terena (@sandraterena) April 24, 2021
Homofobia, machismo e fracassos políticos
O político concorreu duas vezes à presidência da república, em 2010 e 2014. Em sua última tentativa, declarou durante um debate televisivo frases ofensivas e homofóbicas.
Levy Fidélix associou homossexualidade à pedofilia, afirmando que “aparelho excretor não reproduz” e recomendou tratamento psicológico para gays. As declarações foram rebatidas por inúmeras mobilizações nas redes sociais e nas ruas pelos movimentos populares, chegando a ser mutado pela fala em 2017, no valor de R$ 25.700.
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Fidélix reivindicava o título de pioneiro do conservadorismo no Brasil. Antes, em 1994, ganhou dimensão nacional ao fundar o PRTB, mas ao longo da trajetória política, nunca venceu uma eleição. Em diversas ocasiões, concorreu para governador, deputado federal e estadual. Em 2020, tentou a Prefeitura de São Paulo, ficando em 11° lugar com 11.960 votos.
Em entrevista ao Brasil de Fato, na série especial de Eleições 2020, questionado sobre a falta de mulheres entre as candidatas disputando prefeituras nas capitais brasileiras, Fidélix afirmou que o PRTB iria “dar a elas a chance, tendo capacidade, de estarem conosco”.
O homem do Aerotrem
Político considerado "folclórico", Fidélix também ficou reconhecido pelo projeto de campanha que defendeu durante anos: a criação do Aerotrem, um trem-bala que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro. O projeto esteve sempre presente em suas peças publicitárias, junto dos discursos em defesa da família e dos valores conservadores.
Na eleição presidencial de 2018, Levy Fidélix abriu mão da disputa para apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro – à época filiado ao PSL. O recuo envolveu a indicação do general Hamilton Mourão (PTRB) para a vaga de vice-presidente.
Em mensagem publicada no twitter, Mourão lamentou o falecimento do correligionário. Outros políticos conservadores também se manifestaram nas redes sociais prestando homenagens.
Levy Fidélix era natural de Mutum, cidade de Minas Gerais. Além de líder partidário, ele era jornalista, publicitário e empresário.
