Imunização

China apoia suspensão de patentes das vacinas contra a covid

Brasil declarou simpatia à ideia há dez dias, após meses de postura combativa na Organização Mundial do Comércio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Suspensão de patentes pode aumentar produção da vacinas no mundo - Reprodução

A China anunciou nesta segunda-feira (17), que apoia a suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19 na Organização Mundial do Comércio (OMC). O assunto é discutido na entidade desde o ano passado, com defesa da Índia e da África do Sul.

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Durante uma entrevista coletiva, o porta-voz do ministério de Relações Exteriores, Zhao Lijian, afirmou que o país asiático "apoiará todas as ações que possam ajudar os países em desenvolvimento a adquirir vacinas de forma equitativa".

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Ao fim da entrevista, o porta voz foi provocado a confirmar a posicionamento e respondeu, "O que eu disse foi que a China entende totalmente e apoia a demanda do mundo em desenvolvimento por uma isenção de direitos de propriedade intelectual para vacinas covid-19".

Postura do Brasil

Historicamente, o Brasil sempre esteve alinhado às duas nações em desenvolvimento nas discussões desse tipo de pauta. No caso da vacina contra o coronavírus, no entanto, o país adotou postura combativa às negociações na OMC inicialmente.

A mudança de postura veio no dia 7 de maio deste ano em uma nota conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da Saúde, da Economia e de Ciência, Tecnologia e Inovações. Após os Estados Unidos anunciarem apoio à ideia, o governo brasileiro seguiu o mesmo caminho.

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Segundo o documento, a flexibilização de posições dos Estados Unidos e de vários países em torno da quebra temporária de patentes contribui para uma resposta internacional adequada à pandemia.

Um dia antes, o chanceler Carlos Alberto Franco França afirmou no Senado, que o país mantinha a posição contrária à suspensão dos direitos de propriedade, mas ponderou que o governo poderia rever a posição caso a mudança de postura do governo norte-americano atendesse aos interesses do país.

*Com informações da Agência Brasil e do Ministério de Relações Exteriores da China.

 

Edição: Leandro Melito