VACINAÇÃO LENTA

Ao vivo: acompanhe depoimento de Dimas Covas, do Instituto Butantan, na CPI da Covid

Aliado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Covas deve responsabilizar Jair Bolsonaro pela escassez de doses

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Dimas Covas atribuiu o atraso no recebimento do insumo à “falta de alinhamento” do governo federal - Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, depõe nesta quinta-feira (27) aos senadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O interrogatório deve desgastar ainda mais o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), visto que o presidente recusou três ofertas do Butantan de venda da vacina CoronaVac, produzida em parceria com o laboratório chinês SinoVac. 

Os senadores da CPI investigam as responsabilidades do governo de Jair Bolsonaro na crise sanitária que já resultou em mais de 454 mil mortos no país.

Covas chegou a enviar três ofícios ao Ministério da Saúde oferecendo a vacina, datados de 30 de julho, de 18 de agosto e 7 de outubro do ano passado, sendo este último entregue pessoalmente ao então chefe da pasta, o general Eduardo Pazuello. 

Mesmo sem resposta aos três ofícios, o Instituto Butantan ainda realizou três videoconferências com funcionários do Ministério a fim de acelerar a oferta. Novamente, nenhuma resposta. 

O diretor também deve falar sobre o atraso do recebimento de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da China, necessário para a produção da CoronaVac. No começo de maio, Covas afirmou que os atrasos não estão relacionados à produção de insumo, mas à demora na autorização de exportação pelo governo chinês, o que pode envolver, portanto, fatores geopolíticos. Segundo Covas, os entraves com a China surgiram "por sucessivas declarações desastrosas do presidente da república, Jair Bolsonaro".

Bolsonaro relacionou, sem apresentar provas científicas, o novo coronavírus, que surgiu primeiramente em Wuhan, na China, a uma possível “guerra bacteriológica”. "É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês", declarou o presidente.

Acompanhe a sessão da CPI ao vivo no Brasil de Fato:
 

Edição: Vivian Virissimo