Fora, Bolsonaro

19J: João Paulo, Gleisi e Belchior alertam: "Cuidado com infiltrados no protesto"

Recentes episódios de violência policial e de agentes de provocação mostram que atos pacíficos podem ser reprimidos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Povo na rua? É verdade! As manifestações do “Fora Bolsonaro” convocadas para este sábado (19) definirão o tom da conjuntura daqui para frente - Jorge Leão

Em debate transmitido ao vivo na noite desta sexta-feira (18) nas redes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o coordenador nacional João Paulo recebeu a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o educador Douglas Belchior e Felipe Altenfelder, um dos fundadores da Mídia Ninja. O encontro serviu como convocatória para as manifestações que acontecem em mais de 330 cidades brasileiras neste sábado (19), com o mote "Vacina no Braço, Comida no Prato  e Fora, Bolsonaro".

As quatro lideranças foram unânimes em advertir: além dos cuidados necessários em tempos de pandemia - que se aproxima de tirar a vida de 500 mil brasileiros -, é preciso estar atento a outro fator de risco: a truculência das forças policiais e a possível presença de agentes de provocação infiltrados nos protestos.

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"É preciso tomar muito cuidado. Não é possível confiar na polícia. Aqui em São Paulo, a Polícia Militar, sob o comando do governador João Doria, é muito perigosa", advertiu Douglas Belchior, estendendo seu alerta a todo país, recordando os excessos policiais ocorridos durante protestos no último dia 29.

O mais grave incidente aconteceu em Recife, em que dois homens perderam a visão de um olho após serem atingidos por tiros de bala de borracha a curta distância, disparados por policiais na capital pernambucana. Foi tão evidente a truculência gratuita da PM que o episódio resultou na demissão do comandante da força estadual.

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"É preciso também ter toda a atenção com agentes infiltrados para causar tumulto nas manifestações. Não se pode entrar em nenhum tipo de provocação, é isso que se quer para acabar com os protestos pacíficos e reprimir os manifestantes", disse a deputada.

Sua preocupação tem razão de ser. Não é de hoje que indivíduos com a missão de causar tumulto e violência se infiltram em manifestações populares e provocam a ação violenta da PM. O exemplo abaixo, ocorrido no Paraná, é apenas um entre dezenas de episódios registrados de 2016 para cá.

Felipe Altenfelder, por sua vez, lembrou da importância de registrar, com fotos e vídeos, qualquer ato de provocação ou violência das forças de segurança, fardadas ou à paisana.

Finalmente, João Paulo, do MST, finalizou a transmissão com a mensagem que reflete o que se espera das manifestações deste sábado: "Amanhã é um dia importante. Temos que ter uma manifestação bonita, que demonstre a esperança e a luta do nosso povo com o Brasil e com o futuro, para derrotar os vírus da pandemia, da violência e do Bolsonaro, mas, acima de tudo, uma manifestação que possa ajudar na melhoria da vida do nosso povo".

Edição: Vinícius Segalla