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Fertilizantes

Após denúncia no BdF, empresa promete não importar mais fosfato roubado do Saara Ocidental

Informação foi obtida pela WSRW, que pressionou a Copebras-CMOC alertando para violações ao direito internacional

14.out.2021 às 17h41
São Paulo (SP)
Daniel Giovanaz

Extração de fosfato pela empresa OCP, controlada pelo rei do Marrocos, em área do Saara Ocidental ocupada ilegalmente - Fadel Senna / AFP

A multinacional chinesa CMOC, dona da indústria de fertilizantes Copebras, com sede em São Paulo, prometeu a seus investidores não importar mais ao Brasil fosfato roubado do Saara Ocidental.

A informação foi obtida e divulgada nesta quinta-feira (14) no portal do Observatório dos Recursos do Saara Ocidental (WSRW, na sigla em inglês), que menciona duas vezes a denúncia publicada pelo Brasil de Fato em janeiro.

Na época, a Copebras não respondeu aos questionamentos da reportagem. As demais empresas importadoras negaram ter trazido do Saara Ocidental a matéria-prima para os fertilizantes – apesar das evidências levantadas pelo BdF junto ao WSRW.

A novidade desta quinta é que o Observatório teve acesso a informações e depoimentos internos em que a CMOC admite aquela compra, como um “caso isolado”, e promete ser diligente ao fiscalizar o local de origem das rochas fosfáticas.


Localização do Saara Ocidental / Michele Gonçalves

“O WSRW está em contato com três dos proprietários da China Molybdenum [CMOC] que receberam essas mesmas informações do departamento de relações com investidores da empresa. A empresa parou as compras”, diz o texto publicado no portal do Observatório.

“Fizemos contato com a empresa para saber mais sobre o incidente. Tivemos um bom diálogo com a empresa, que garante que se tratou de um incidente único e que vão acompanhar o tema de perto. A empresa esclareceu que não vai comprar mais fosfato sem antes ter realizado ampla diligência”, disse ao WSRW o analista sênior da KLP Asset Management e investidor da CMOC na Noruega, Kiran Aziz.

“Um investidor da CMOC em outro país recebeu a resposta de que não haverá mais importações”, completa o texto do Observatório.

Leia também: Filme mostra como empresas contribuem com o roubo de recursos do Saara Ocidental 

A WSRW identificou três navios que levaram fosfato roubado do Saara Ocidental para o Brasil em 2020 e dois em 2019, com uma carga total de cerca de 166,6 mil toneladas. A informação foi checada pelo Brasil de Fato em janeiro de 2021. Desde então, nenhum outro navio com rocha fosfática do Saara Ocidental desembarcou no país.

Onde mora o problema?

O Saara Ocidental é a última colônia africana, segundo o Comitê Especial de Descolonização das Nações Unidas. A Espanha, metrópole até 1976, abandonou o território sem descolonizá-lo, estabelecendo um acordo tripartite ilegal com Marrocos (vizinho do Norte) e Mauritânia (vizinho do sul), repartindo a área e garantindo um percentual da exportação dos recursos naturais.

Sem pretensões expansionistas, a Mauritânia recuou em seguida e deixou o território a cargo das forças marroquinas. A promessa de um plebiscito mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU), para assegurar a autodeterminação do povo saarauí, nunca foi cumprida.

“O Marrocos ocupa o Saara Ocidental devido a suas grandes riquezas minerais”, afirma Jadiyetu El Mohtar, delegada da Frente Polisário, movimento de libertação saaráui fundado em 1973.

“O Saara é rico em metais diversos, gás natural, ferro, cobre, urânio e telúrio. Também há reservas de petróleo, ainda não exploradas, areia para produção de cimento e para alargamento de praias, além de uma das zonas de pesca mais abundante da África”, enfatiza.


Países que ainda recebem fosfato do Saara Ocidental / Michele Gonçalves

A ocupação do território e a exploração de fosfato saaráui pelo Marrocos violam a Resolução 1514 das Nações Unidas (ONU), segundo a qual os povos podem, para seus próprios fins, dispor de suas riquezas e recursos naturais, com base no princípio do proveito mútuo e do direito internacional.

“Será posto fim a toda ação armada e a todas as medidas de repressão dirigidas contra os povos dependentes, para permitir a estes povos exercerem pacífica e livremente seu direito à independência completa, e a integridade de seu território nacional será respeitada”, diz o texto.

Ou seja, nenhum governo está autorizado a extrair e comercializar os recursos alheios de territórios em processo de descolonização. É o caso do Saara Ocidental e outros 16 territórios considerados "não-autônomos" pela ONU.

Não há nenhum documento, de nenhuma corte ou organização internacional, que permita ao Marrocos explorar os recursos daquela região do planeta, como ocorre até hoje.

A população do Saara Ocidental é estimada em 650 mil pessoas, dividida em quatro grupos. Além dos que vivem no exílio e nos territórios ocupados, cerca de 170 mil saarauís moram em campos de refugiados em outro país vizinho, a Argélia.

As violências cometidas contra saarauís nos territórios ocupados estão descritas em relatórios do Comitê de Direitos Humanos da ONU e envolvem, por exemplo, denúncias de tortura e prisões arbitrárias, além de restrições à liberdade de expressão.

Uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia em 29 de setembro de 2021 confirmou que o direito do povo saarauí ao consentimento é um pré-requisito para a legalidade de qualquer negócio envolvendo seus recursos.

Fertilizantes fosfatados são produtos oriundos da extração, moagem e tratamento de rochas que apresentam concentração significativa de fósforo. A aplicação permite que a planta acesse um volume de nutrientes superior ao que o solo tem capacidade de fornecer, potencializando o rendimento das culturas.

Anualmente, são usadas no planeta em média 53 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados, processados ​​a partir de 270 milhões de toneladas de rochas de fosfato. O Brasil é o quarto maior consumidor mundial de fósforo como fertilizante agrícola.

O Marrocos e o território do Saara Ocidental ocupado ilegalmente abrigam a maior reserva de fósforo do mundo.

Editado por: Anelize Moreira
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