Esperança

Paciente teria se curado do HIV com imunidade natural na Argentina; é apenas o 2º caso no mundo

Mulher de 31 anos teria alcançado "cura esterilizante" sem a ajuda de medicamentos ou tratamentos

|

Ouça o áudio:

Testes não encontraram mais o vírus intacto no corpo da paciente. Os testes identificaram, porém, fragmentos do vírus - Créditos da foto: Arquivo/Agência Brasil

Cientistas afirmaram ter identificado um segundo caso de uma paciente cujo corpo parece ter se livrado do vírus HIV sem tratamento, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (15/11) no jornal Annals of internal medicine.

Continua após publicidade

A paciente é uma mulher de 31 anos que foi diagnosticada com o HIV em 2013. Ela não recebeu nenhum tratamento contra o HIV, apenas tomou antirretrovirais durante seis meses quando estava grávida, entre 2019 e 2020, para evitar uma transmissão do vírus para o bebê.

Testes não encontraram mais o vírus intacto no corpo da paciente, que é da cidade de Esperanza, na Argentina. Os testes identificaram, porém, fragmentos do vírus, o que indica que ela realmente esteve infectada.

::Vacina não dá Aids: depois do Facebook, Youtube também retira do ar live de Bolsonaro::

Este é apenas o segundo caso de uma chamada cura esterilizante sem a ajuda de medicamentos ou de um transplante de células tronco. A outra é uma mulher californiana de 67 anos chamada Loreen Willenberg, conhecida como a paciente de São Francisco.

Há outros casos de pessoas que alcançaram níveis indetectáveis do vírus por anos, como o paciente de Berlim (Timothy Ray Brown) e o chamado paciente londrino (Adam Castillejo). Ambos, porém, receberam um transplante de células tronco. Eles foram mais tarde diagnosticados com câncer.

A cientista Xu Yu, do MIT, que liderou a pesquisa, observou que a cura esterilizante pode não ser alcançada de forma natural por outros pacientes. A paciente de Esperanza faz parte de um grupo chamado controladores de elite, que são pessoas capazes de reduzir o HIV a um nível muito baixo com o sistema imunológico, sem a ajuda de medicamentos.

Cientistas estão estudando essas pessoas, e ainda não está claro quantas pessoas infectadas conseguem controlar naturalmente o HIV apenas com seu sistema imunológico.

::No Brasil, 64% das pessoas que vivem com HIV já sofreram discriminação, diz pesquisa::