Conflito na Ucrânia

Tropas russas chegam à capital Kiev; pressões por sanções aumentam

Alemanha anuncia que cogita apoiar retirada da Rússia do Swift, sistema bancário internacional

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Militares da Ucrânia protegem quarteirão na capital Kiev nesta quinta-feira (24) - Sergei Supinsky / AFP

No terceiro dia do avanço russo sobre a Ucrânia, já na manhã deste sábado (26), agências internacionais informam que parte das tropas russas chegaram ao redor da capital do país, Kiev. Inclusive há relatos de embate com forças ucranianas na área. 

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Até o momento, de acordo com o ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Lyashko, o número de mortos civis do lado ucraniano chegou a 198, além de 1.115 feridos. 

Avanço militar 

De acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa russo, 821 instalações militares da Ucrânia foram atacadas com mísseis de cruzeiro russos nas primeiras horas deste sábado. "Durante a noite, as Forças Armadas russas usaram armas de alta precisão contra a infraestrutura militar da Ucrânia, que destruíram com mísseis de cruzeiro terrestres e navais", disse Igor Konashenkov. 

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O ministério acrescentou que forças russas tomaram a cidade de Melitopol, no sul da Ucrânia.  

Aumento das tropas da Otan 

A imprensa internacional informa que a Grã-Bretanha enviou efetivos de força aérea e naval para a Europa Oriental. Cerca de 1.000 tropas chegaram à Alemanha e se dirigem à Estônia, país que faz fronteira com a Rússia na sua parte Centro-ocidental, na altura de São Petersburgo. Na quinta, Joe Biden já havia anunciado o envio de 7 mil tropas para a Alemanha, reforçando as posições da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Europa Oriental. 

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Vale lembrar que a resposta dos EUA e da Otan, por ora, centra-se em sanções econômicas e financeiras, de modo a estrangular a economia russa. 

Sistema Swift e mais armas

Vai ganhando corpo a possiblidade de excluir a Rússia do sistema Swift. Neste sábado, Alemanha, Itália e Hungria deram declarações de apoio a tal medida.

O governo alemão mostrou uma mudança de postura em relação ao tema. Até então a retirada da Rússia do sistema era vista como uma opção muito prejudicial para demais países e a população russa, e não o governo do país.

No entanto, em comunicado oficial ministra das Relações Exteriores, Annnalena Baerbock, e o ministro das Finanças, Robert Habeck, afirmaram que estão focados em encontrar maneiras de que a retirada da Rússia do sistema cause consequências apenas para "as pessoas certas".

Horas antes, o presidente alemão, Olaf Scholz, anunciou pelas redes sociais que o pais vai enviar 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para a Ucrânia. "O ataque russo marca um ponto de virada. É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin", afirmou Scholz.

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A Hungria, do presidente de extrema direita Viktor Orbán, foi mais uma autoridade a declarar apoio a uma escalada de sanções contra a Rússia. De acordo com agências internacionais, o primeiro-ministro polonês, que apoia a medida, teria conversado com o colega húngaro e obtido a aprovação da medida. Ainda no sábado, Chipre declarou apoiar tal movimento. 

O sistema Swift (Sociedade para Telecomunicação Interbancária Financeira Global) é uma rede de alta segurança que permite o processo de transações financeiras entre países. Tirar a Rússia do sistema é um dilema para os europeus porque, ainda que cause danos ao país, poderia também prejudicar grandes economias da Europa, restringido possibilidade de compra de produtos russos.  

Mesmo sem acionar tal medida, as sanções dos EUA a alguns bancos russos já surtem efeito, com cidadãos da Rússia tendo dificuldades de efetuar transações virtuais, como informou a reportagem do Brasil de Fato. 

Edição: Lucas Weber