48 º dia de guerra

Prefeito ucraniano fala em mais de 20 mil civis mortos; Putin diz que guerra era inevitável

O presidente russo afirmou que conflito seria uma "tragédia", mas que não havia alternativa

Brasil de Fato | Cataguases (MG) |
Guerra na Ucrânia - Alexander NEMENOV/AFP

Autoridades ucranianas estimam que mais de 20 mil moradores de Mariupol – estratégica cidade portuária –, na Ucrânia, foram mortos desde o início da invasão de soldados russos no país.

O prefeito da cidade, Vadym Boichenko, disse que tem sido difícil calcular o número exato de vítimas desde que os combates começaram, mas apontou cerca de 21 mil mortes de civis.

Já o chefe da administração militar regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, informou a correspondentes que o número de vítimas pode chegar a 22 mil.

Kyrylenko disse que a situação em Mariupol torna difícil chegar à quantidade exata de mortes, já que a cidade está bloqueada.

“Atualmente estamos discutindo 20 mil a 22 mil pessoas mortas em Mariupol”, afirmou.

 


Ataque russo na cidade de Mariupol, na Ucrânia / Alexander NEMENOV/AFP

Putin diz que tragédia na Ucrânia era inevitável

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que "o que está acontecendo na Ucrânia é uma tragédia", mas não havia alternativa. "Simplesmente não havia escolha, a única questão era quando começaria. Isso é tudo", declarou.

Mais cedo, ele já havia dito que o confronto com a Ucrânia era inevitável, uma questão de tempo. "O passo certo, não havia outra escolha." A declaração foi feita após encontro com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, seu aliado.

Putin comentou que a operação especial, como ele chama a guerra que promove em território ucraniano, tem como objetivo ajudar as pessoas das áreas separatistas da Ucrânia.

Ele alegou que o governo ucraniano se recusou "a cumprir os acordos de Minsk visando uma solução pacífica para os problemas do Donbass". E continuou: “As metas são absolutamente compreensíveis, são nobres”.


Centro de Mariupol fica destruído após ataque / Alexander NEMENOV/AFP

Entenda o conflito

Sob a justificativa de “desmilitarizar e desnazificar" o país, a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Desde então, a guerra que também envolve disputas sobre os limites da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o mercado de energia na Europa, já resultou em mais de 4,2 milhões de refugiados.

O conflito já custou a vida de 1.480 civis ucranianos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Os números de militares mortos são controversos já que cada lado apresenta uma contabilidade diferente. Enquanto a Otan estima que entre 7 a 15 mil soldados russos foram mortos, Moscou afirmou em sua última atualização que 1.351 militares perderam a vida.

O conflito afeta a economia global e contribui para a disparada no preço do trigo, fertilizantes e petróleo por conta da importância dos países envolvidos no conflito no comércio mundial destes itens. De acordo com a ONU, o preço do trigo subiu 22% em março deste ano e o preço do barril de petróleo está mais de 60% mais caro em abril deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Estados Unidos e União Europeia aplicaram sanções sem precedentes contra a Rússia e tentam pressionar a China a seguir o mesmo caminho. Pequim, todavia, tem uma firme aliança com Moscou e afirma que não concorda com as sanções.

As negociações para alcançar a paz, até o momento, não trouxeram resultados. Apesar de sinalizações de avanços após um encontro mediado pela Turquia ser realizado em Istambul no final de março, a guerra continua.

Edição: Rodrigo Durão Coelho