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ABC ELEITORAL

Chile vota neste domingo se aprova ou rejeita nova Constituição; relembre o processo

Cerca de 15 milhões de eleitores deverão decidir se abandonam atual carta magna, herdada da ditadura de Augusto Pinochet

04.set.2022 às 16h39
São Paulo (SP)
Michele de Mello

Cerca de 15 milhões de chilenos estão convocados a votar no plebiscito sobre a nova Constituição neste domingo (4) - Javier Torres / AFP

Neste domingo (4), cerca de 15 milhões de chilenos e chilenas são chamados a votar para aprovar ou rejeitar a nova Constituição. A nova Carta Magna é a primeira da história escrita por um grupo de 155 constituintes, igualmente composto por homens e mulheres. O voto neste plebiscito constitucional é obrigatório para todos os cidadãos maiores de 18 anos. 

Além da consulta, a data marca 52 anos do início do governo de Salvador Allende, que com a Unidade Popular propunha uma série de reformas de base, interrompidas pelo golpe de Estado e 27 anos de ditadura militar, herança que agora pode ser enterrada pela nova Constituição. O novo texto constitucional foi elaborado para substituir a carta magna de 1980, promulgada durante a ditadura de Augusto Pinochet, e vigente até hoje, tendo passado por reformas em 1989 e em 2005.

:: Saiba mais | Qual o legado de Allende para a constituinte no Chile? ::

"Se aprovarmos essa constituição será um salto adiante para consolidar a soberania popular no Chile. Este é o ponto de partida, não de chegada", comenta ao Brasil de Fato o sociólogo chileno, Esteban Silva.

A pergunta nas cédulas de votação é: "Você aprova o texto da nova Constituição proposta pela Convenção Constitucional?". As opções de resposta são "aprovo" ou "rechaço". O novo texto é composto de 388 artigos e está dividido em dez seções. 

As últimas pesquisas divulgadas apontam uma possível vitória do "rechaço', que oscila entre 46 e 55%; já a opção "aprovo" teria cerca de 33 a 38% de apoio, enquanto ainda existe uma margem de 13 a 16% de indecisos.


A nova proposta constitucional foi a edição mais impressa dos dois últimos meses no Chile / Martin Bernetti / AFP

Veja as principais mudanças 

Estado Plurinacional

Na nova Constituição está previsto que o Chile seja reconhecido como um Estado plurinacional. As dez nações indígenas que habitam o território chileno terão seu próprio sistema representativo, jurídico e eleitoral. Se aprovada, serão reconhecidos como emblemas nacionais os símbolos e bandeiras das nações Mapuche, Aymara, Rapa Nui, Lickanantay, Quechua, Colla, Diaguita, Chango, Kawashkar e Yaghan, e Selk'nam, que representam cerca de 12,7% da população.

Reforma entre poderes

A nova Carta Magna propõe que haja paridade de gênero em todos os poderes do Estado. O Legislativo será formado por duas câmaras paritárias com 155 parlamentares eleitos por voto direto. Também indica a criação de Câmaras Regionais com três representantes eleitos.

O Executivo continuará sendo regido por um sistema presidencial, com mandato de quatro anos e possibilidade de reeleição imediata – a regra não se aplica ao atual presidente Gabriel Boric.

Ao Poder Judicial serão incorporados os tribunais de instâncias: civis, penais, da família, do trabalho; assim como cortes de apelação e a Corte Suprema. O Conselho de Justiça estará encarregado de nomear os magistrados e gerir o judiciário.

Saúde, Educação e Previdência 

A proposta de nova Constituição reconhece o acesso à saúde e à educação como direito de todos. Propõe a criação do Sistema Nacional de Saúde com financiamento público e acesso universal. 

O acesso à educação também seria universal e o texto é claro ao proibir que as instituições educativas tenham lucro. Determina que a educação deve ser laica, gratuita, de qualidade e não sexista.

Por fim, a nova Carta Magna determina que a seguridade social deve ser baseada na universalidade e na solidariedade, e que o financiamento deve vir dos trabalhadores e das empresas, através de impostos.

Gênero e sexualidade

A nova Constituição determina que todos os organismos dos Estado, assim como as empresas públicas, devem ser compostos em 50% por homens e 50% por mulheres. 

O novo texto também prevê o direito à interrupção da gravidez de forma voluntária, livre, segura e acompanhado por equipes multiprofissionais dentro do sistema público de saúde.

Questão ambiental

Pela primeira vez uma Constituição reconhece os direitos da natureza. O texto identifica que o mundo atravessa uma emergência climática e que é responsabilidade do Estado diminuir as ações que poluem, desmatam ou destroem a diversidade ambiental.


Uma das principais mudanças da nova carta magna é a transformação do Chile num Estado plurinaiconal, reconhecendo o direito dos pvoos indígenas que habitam o país / Mario Quilodran / AFP

O que acontece se vencer o "sim"

Caso o texto constitucional seja aprovado, o presidente tem até cinco dias para convocar uma sessão extraordinária do Congresso para, "num ato público e solene, promulgar e de jure acatar a nova Constituição", como definido pela legislação atual. Depois haverá um prazo de dez dias para que o novo texto seja publicado no Diário Oficial da União e entre em vigor. 

"Esse texto está na linha do neoconstitucionalismo latino-americano e caribenho, que avançou nos últimos anos graças a processos constituintes, como da República Bolivariana da Venezuela, como da constituição equatoriana e no Estado plurinacional da Bolívia", avalia Esteban Silva.

:: Artigo | Chile: o berço do neoliberalismo pode enterrá-lo, por Gilberto Maringoni ::

E se ganha o "não"?

A constituição de 1980 permanece vigente e haverá uma nova disputa política sobre o processo. Os partidos da coalizão "Aprovo Dignidade", da qual faz parte o atual presidente Gabriel Boric, assinaram um acordo para levar adiante reformas contidas na nova proposta constitucional.

O governo chileno propõe a eleição de uma nova Convenção Constitucional para elaborar outra proposta de texto, no caso de uma derrota. 

Já os partidos de direita defendem a redação de uma nova proposta constitucional, mas propõem outro plebiscito para definir como seria o mecanismo de elaboração de uma nova Carta Magna. 


Segundo as últimas pesquisas de opinião, a opção 'rechaço" poderia ser vitoriosa no plebiscito chileno deste domingo (4) / Martin Bernetti / AFP

Campanha de desinformação

Setores em defesa do "aprovo" denunciam a existência de uma campanha de desinformação sobre o novo texto constitucional. Notícias falsas como dizer que a nova lei determina o fim da propriedade privada e autoriza o confisco de casas, ou que afirmam que a proposta daria brechas para instaurar o "comunismo" no Chile.

Sobre o caráter de Estado plurinacional, setores de oposição disseminam que a nova Carta daria privilégios a povos indígenas e possibilitaria a divisão do país em várias regiões autônomas, baseadas em sistemas de autogoverno, o que também não é verídico. 

"Muitos sequer leram o texto, já o rejeitavam desde o início porque não podiam admitir uma proposta que viesse de elaboração popular", comenta Esteban Silva. 

:: Que caminhos a integração de uma nova onda de progressismo na América Latina pode tomar? ::

O sociólogo chileno acusa o empresariado de financiar a difusão de fake news sobre a nova constituição para evitar perder privilégios contidos no texto vigente desde 1980. Após o mau desempenho da plataforma Chile Vamos na eleição da Convenção Constitucional e, em seguida, a derrota de José Antonio Kast na corrida presidencial, a vitória do "não" no chamado plebiscito de saída seria a última tentativa da direita chilena de manter seu prestígio político.

"Alguns setores da economia com propriedade concentrada, como os meios de comunicação e agentes financeiros, foram beneficiados com a atual Constituição. Estes setores e as forças políticas de direita criaram uma contracampanha que busca restaurar a atual constituição através do rechaço, porque a Carta Magna atual foi favorável ao modelo econômico neoliberal", critica Silva. 

O presidente Gabriel Boric está empenhado em incentivar a participação popular no referendo. "Teu voto decide e determinará a história do nosso país. Como governo, em conjunto com outras instituições do Estado, estamos fazendo todos os esforços que nos correspondem para garantir o direito ao voto neste 4 de setembro", disse.


Em 2019, Gabriel Boric era deputado pelo partido Convergência Social, e foi um dos signatários do acordo de paz com o governo Piñera / Senado Chile

 

Oposição pela esquerda

Além dos setores de direita também há organizações de esquerda que estão convocando o voto nulo por considerar que o texto final não compreende parte das demandas da revolta social de 2019. 

Em 2019, Boric, ainda deputado, foi um dos 11 representantes de partidos políticos que assinaram o acordo de paz com a gestão de Sebastián Piñera, colocando fim aos protestos daquele ano e iniciando o processo constituinte. 

Alguns setores da esquerda criticam o governo atual de ser a versão 2.0 da chamada Concertación – aliança entre partidos de centro-direita e centro-esquerda que governou o país de 1990 a 2010.  

Assista ao vídeo: Deputada faz balanço dos 100 dias de governo Boric no Chile e destaca programa "antineoliberal"

Usam, como exemplos, a decisão de manter o estado de emergência e militarização do sul do país, em repressão a povos Mapuche; a demora em apresentar uma reforma tributária; a ausência de uma reforma da previdência e a posição contrária do governo ao "quinto saque" das pensões, favorecendo as Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) e contradizendo os discursos que tanto Boric como os atuais ministros fizeram no Congresso em favor dos saques anteriores, há menos de dois anos, durante os governos de Sebastián Piñera.

:: Primeiros dias do governo Boric apontam sinais de uma crise precoce? ::

O sociólogo chileno reconhece que parte das propostas populares não foram incorporadas à redação final, mas considera que a proposta pode ser a Constituição mais avançada da história chilena.

"Uma constituinte é parte do processo de recuperação da soberania popular. A outra opção é uma revolução, que altera tudo. E não foi isso que aconteceu no Chile. Aqui tivemos uma rebelião popular e cidadã, que abriu o início de um processo constituinte. Evidentemente é um processo que gera participação, mas está sujeito à correlação de forças na sociedade", conclui Esteban Silva. 

Os primeiros resultados oficiais devem ser divulgadas uma hora após o fim da votação, por volta das 19h (hora local) e 20h (horário de Brasília), de acordo com o Serviço Eleitoral do Chile.


Confira a linha do tempo do processo constituinte chileno / arte: Michele Gonçalves/Brasil de Fato

Editado por: Arturo Hartmann
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