Ronda Política

Petista é atacado em rodovia, vice do PDT diz que falas de Ciro sobre Lula são pessoais e mais

Presidente do PT de Ilha Solteira (SP) foi atingido duas vezes por um carro que tentou tirá-lo da estrada

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Carro de presidente do PT no interior tem adesivos de apoio ao ex-presidente Lula e outros candidatos petistas - Reprodução/Facebook

O presidente do PT de Ilha Solteira, no interior de São Paulo, Alessandro Rodrigues, afirmou que foi vítima de de um ataque enquanto dirigia pelas rodovias Gerson de Oliveira de Dourado e Marechal Rondon.

Rodrigues estava na altura do município de Itapura quando seu carro foi atingido na lateral por um outro veículo que tentava tirá-lo da pista. O petista conseguiu escapar e seguiu viagem. No entanto, pouco depois, o mesmo carro o atingiu novamente, desta vez na traseira. Neste momento, então, Rodrigues acionou a polícia, com os carros parados.

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"O criminoso tentou se evadir do local, peguei as chaves do carro dele e consegui mantê-lo no local", disse Rodrigues ao Uol. Depois, policiais chegaram ao local e foi registrado um boletim de ocorrência.


Da esquerda à direita: os petistas Simão Pedro, candidato a deputado estadual, Alessandro Rodrigues e Paulo Teixeira, candidato a deputado federal / Reprodução/Facebook/Alessandro Rodrigues

Depois do ocorrido, Rodrigues encontrou o perfil do homem que bateu em seu carro nas redes sociais, com críticas ao PT e apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Como o carro de Rodrigues tem adesivos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outros candidatos petistas, ele fala em motivação política.

"Até então eu não havia pensado em crime de ódio, porém após verificação em rede social, não tive dúvidas sobre a motivação. Não existe outro motivo, não os conheço, nunca os vi e o único fato que traz uma questão política são os adesivos em meu carro. Não há outra justificativa que não seja essa", disse Rodrigues ao Uol.

Vice do PDT afirma que posição de Ciro Gomes em relação a Lula é individual 

O vice-presidente nacional do PDT, o deputado federal André Figueiredo (CE), afirmou que o posicionamento do presidenciável do partido, Ciro Gomes, em relação ao ex-presidente Lula (PT) são de caráter pessoal e não refletem os entendimentos da sigla.

"O posicionamento é do Ciro, é uma questão pessoal dele. Ele tem seus motivos para isso, não entro no mérito. O PDT sempre teve respeito com Lula, na Câmara dos Deputados tivemos convergência com o PT em várias ocasiões", afirmou Figueiredo à Folha de S. Paulo.


André Figueiredo (PDT-CE) / Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O pedetista, no entanto, afirmou que o PT desrespeita o PDT quando tenta atrair eleitores de Ciro Gomes, o que pode comprometer o apoio a Lula em um eventual segundo turno.

"Vejo uma atitude desrespeitosa do PT com o PDT. Temos candidatura consolidada desde 2018, e não existe a menor possibilidade de fazermos corpo mole", afirma. "Isso pode comprometer nosso posicionamento nacional. No Bolsonaro nós não votamos, mas precisamos ter um mínimo de respeito recíproco no segundo turno."

Rodrigo Garcia destaca ligação entre Tarcísio de Freitas e deputado que xingou o papa 

A campanha de Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo que disputa a reeleição, preparou um vídeo para exibir durante a propaganda eleitoral na televisão em que destaca a ligação entre o candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o deputado estadual Frederico D'Ávila (PL). Segundo a Folha, o vídeo ainda não tem data de exibição.

Recentemente, Tarcísio pediu votos para o parlamentar, que disputará uma vaga à Câmara dos Deputados. Tarcísio disse que D’Avila é o mais qualificado para representar o agronegócio em Brasília. Ele é vice-presidente da Aprosoja Brasil e foi eleito para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) "com a força do setor da agricultura e com o apoio da população do sul e do sudoeste paulista", segundo Tarcísio.

"Vamos precisar de um Frederico D'Ávila lá na Câmara dos Deputados. Que representa o nosso agronegócio. O agro que é tão atacado. Querem toda hora dizer que nosso agro é isso, é aquilo", disse o candidato ao governo.


Frederico D'Avila é produtor rural e diretor da Sociedade Rural Brasileira e vice-presidente da Aprosoja/Nacional / Foto: José Antonio Teixeira/Alesp

Pesa contra D’Avila, no entanto, um processo na Alesp por ter chamado o papa Francisco e outras lideranças religiosas de "vagabundos", "pedófilos" e "safados", ao reagir a um discurso do arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes.

Em outubro do ano passado, antes de uma visita de Bolsonaro ao município, Brandes afirmou: "vamos abraçar os nossos pobres e também nossas autoridades para que juntos construamos um Brasil pátria amada. E para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

D’Avila, então, disse: "seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito e do bem-estar e do conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos, safados. A CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil".

Frederico D’Avila é irmão do presidenciável Felipe D’Avila (Novo).

Edição: Nicolau Soares