com urgência

TSE intima PRF a explicar operações no Nordeste; diretor-geral pede voto para Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes afirma que policiais estão atuando para dificultar a votação de eleitores de Lula

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Eleitores denunciaram operações da PRF em Cuité (PB) e outras localidades - Reprodução/Twitter

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se explique com urgência sobre operações que têm impedido o deslocamento de eleitores em diferentes localidades do Nordeste neste domingo de votação do segundo turno das eleições.

A resposta do TSE atende a um pedido feito pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que afirmou haver "instrumentalização" da PRF e da Polícia Federal (PF) para interferir no processo eleitoral.

Segundo a jornalista Andréia Sadi, do canal GloboNews, o diretor-geral da PRF, Silvinei Marques, estava a caminho da sede do TSE por volta das 13h30 deste domingo.

Na véspera da votação, Marques publicou nas redes sociais uma imagem em que pedia voto para Jair Bolsonaro (PL). No mesmo dia, decisão do TSE tinha determinado a suspensão de operações neste domingo.

No despacho, Moraes afirmou que Marques pode ser responsabilizado criminalmente por desobediência e crime eleitoral. O ministro destacou que "trata-se de fatos graves que justificam a atuação célere e a adoção de medidas adequadas no intuito de preservar a liberdade do direito de voto".

No pedido formulado ao Tribunal, o deputado petista citou especificamente uma denúncia de episódio registrado na cidade paraibana de Cuité. Segundo a denúncia, blitz da PRF estaria afugentando a população da zona rural da cidade que se encaminhava para votar.

O prefeito de Cuité, Charles Camaraense (Cidadania), reiterou a denúncia. Pelas redes sociais ele afirmou indignação com a operação realizada pela PRF na cidade. "Se pensam que dessa forma vão inibir o povo de votar em Lula, estão enganados", destacou em publicação.

Eleitores e líderes políticos fizeram denúncias semelhantes em outras cidades. O senador Humberto Costa (PT-PE) recebeu e compartilhou algumas das denúncias.

O senador eleito e ex-governador do Maranhão Flávio Dino (PSB) disse que houve blitz e apreensão de veículos na zona rural da cidade maranhense de Caxias. A denúncia foi encaminhada à Justiça Eleitoral.

Em alguns casos, denunciantes afirmaram que adesivos da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram retirados de veículos.

Houve denúncias também em outros estados, como o Rio Grande do Norte.

Edição: Rodrigo Durão Coelho