Ronda Política

Bolsonaro pode gastar R$ 5 bi com blindados para o Exército, Silvinei Vasques depõe à PF e mais

Governo irá comprar 98 blindados em contrato que deve ser assinado em 5 de dezembro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O contrato deve ser assinado em 5 de dezembro e custará 900 milhões de euros aos cofres públicos - Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A menos de um mês para o fim de seu mandato, o governo de Jair Bolsonaro finalizou a escolha dos 98 blindados com canhões que serão comprados para o Exército, segundo apuração do Estadão.

O contrato deve ser assinado em 5 de dezembro e custará 900 milhões de euros aos cofres públicos, o equivalente a aproximadamente R$ 5 bilhões.

Os novos veículos são do modelo Centauro II, do consórcio italiano Oto Melara (CIO). São veículos 8x8 e, portanto, superiores aos atuais Guaranis 6x6 utilizados pelo Exército.

Diretor da PRF presta depoimento à PF 

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, negou que a corporação teria prevaricado durante os bloqueios nas rodovias feitos por bolsonaristas e que tenha feito uso de violência durante as blitzes realizadas no segundo turno, principalmente no Nordeste. As declarações foram feitas em depoimento à Polícia Federal (PF), na última sexta-feira (25).

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Em 10 de novembro, a PF instaurou um inquérito para investigar a conduta de Vasques durante as ações realizadas pela corporação em 30 de outubro. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram que agentes da PRF dificultaram o acesso de eleitores às seções eleitorais, principalmente no Nordeste, onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) angariou mais votos do que Jair Bolsonaro (PL). Após a repercussão dos bloqueios, a expressão "Deixem o Nordeste votar" ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.


Silvinei Vasques foi nomeado diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal em abril de 2021, durante governo Bolsonaro / Agência Brasil

As blitzes foram realizadas a despeito de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibiu tais práticas no dia das eleições justamente por entender que poderiam impedir o acesso dos eleitores às seções. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes pediu que o diretor-geral da PRF informasse "imediatamente sobre as razões pelas quais [estavam sendo] realizadas operações policiais". No mesmo dia, Silvinei publicou em suas redes sociais uma mensagem de apoio a Jair Bolsonaro.

Também na sexta Vasques tornou-se réu por improbidade administrativa, depois que o juiz José Athur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, acatou a um pedido do Ministério Público Federal feito em 15 de novembro.

O procurador da República Eduardo Benones acusou o chefe da corporação de improbidade administrativa "pelo uso indevido do cargo, com desvio de finalidade, bem como de símbolos e imagem da instituição policial com o objetivo de favorecer um dos candidatos nas eleições presidenciais".

Alesp propõe aumento de 50% a salário de Tarcísio de Freitas

Um projeto de lei (PL) que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) prevê um aumento salarial de 50% ao governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao vice-governador e aos secretários. Se o PL for aprovado, o salário de Tarcísio passará de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil.


Tarcísio de Freitas / Marcos Corrêa/PR

O argumento utilizado para o aumento é o congelamento do reajuste desde 2019. No entanto, a mudança proposta extrapola o valor que ficou estagnado. A inflação acumulada de janeiro de 2019 até hoje, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 25,63%, e não de 50%.

O projeto, proposta pela Mesa Diretora da Alesp, tem apoio dos partidos Republicanos, PL, PT, MDB, PP e PSDB.

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STF rejeita denúncia contra Aécio na Lava Jato 

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou uma denúncia da Operação Lava Jato contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o parlamentar de receber R$ 65 milhões das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.

A acusação havia sido enviada em abril de 2020 ao STF. Mas em agosto de 2021, a PGR se posicionou contra a abertura da ação penal. A justificativa foi que o Pacote Anticrime, aprovado em 2019 pelo Congresso Nacional, proíbe acusações feitas somente com base em delações premiadas. A nova legislação, no entanto, passou a vigorar em janeiro de 2020, três meses antes da acusação. 


Aécio Neves / Reprodução

"Não é crível, considerada a temeridade do ato, que o órgão acusatório [Procuradoria] tenha imputado graves fatos delituosos a agente público detentor de foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal com base, apenas e tão somente, em declarações prestadas por colaboradores da Justiça, em ofensa direta a dispositivo de lei em vigor", afirmou o ministro Edson Fachin em críticas à PGR.

João Amoêdo anuncia desfiliação do partido Novo 

O empresário João Amoêdo anunciou a sua desfiliação do partido Novo, na última sexta-feira (25).

"Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010. Deixo um agradecimento especial a todos que fizeram parte desse time que com dedicação, humildade e determinação transformaram em realidade o que parecia ser impossível", escreveu.


João Amoêdo / Nelson Almeida / AFP

Amoêdo afirmou também que a legenda não existe mais. As críticas aos seus correligionários começaram após a aproximação da sigla ao governo de Jair Bolsonaro, quando o partido "foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original".

"O Novo atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia", escreveu ainda.

Edição: Nicolau Soares