A terça-feira (10) parece ter sido movimentada na vida de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Justiça do Distrito Federal (DF). No mesmo dia em que teve ordem de prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e teve a residência vistoriada por agentes da Polícia Federal (PF), Torres afirmou ter tido o Whatsapp "clonado", mostrando que é preciso ter muita atenção para evitar golpes.
Em postagem publicada por volta das 16h (de Brasília) em sua página no Instagram, que tem cerca de 110 mil seguidores, o ex-ministro lançou alerta para que ninguém aceitasse mensagens ou ligações supostamente enviadas por ele no aplicativo. O alerta foi postado na ferramenta "stories", que apaga os conteúdos automaticamente após 24 horas.
Postagem no instagram do ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal alerta sobre possível golpe / Reprodução/Instagram
Habitualmente, Torres usa a página na rede social para publicar "feitos" de sua atuação na vida pública, como balanços da gestão no Ministério da Justiça, e mensagens desejando feliz Natal com "coisas boas, muita alegria e união".
Foi também pelo Instagram que ele confirmou o retorno ao cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, cargo que já tinha ocupado no governo de Ibaneis Rocha (MDB) antes de ser convocado por Bolsonaro para o Ministério.
A nova passagem pela secretaria, porém, foi curta. Ele foi exonerado por Ibaneis ainda no domingo, dia dos episódios de terrorismo golpista protagonizados por apoiadores de Bolsonaro em Brasília. No dia seguinte, o próprio Ibaneis seria afastado do cargo.
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Em viagem (segundo informou ao Uol, de férias) aos Estados Unidos, Torres usou a mesma ferramenta para publicar um pronunciamento em que disse ter vivido "o dia mais amargo da vida pessoal e profissional" no último domingo, e afirmou não ter qualquer relação com os atos golpistas.
Apesar disso, nesta terça ele teve a ordem de prisão expedida por Alexandre de Moraes, após pedido do advogado-geral da União, Jorge Messias, por omissão no caso. Por motivos semelhantes, teve a casa no Brasil vistoriada pela PF enquanto está fora do país. Quando voltar, a ordem de prisão deve ser cumprida.
E, em meio a tudo isso, ainda se viu envolvido em um golpe. De clonagem do Whatsapp.
Edição: Glauco Faria
