Irresponsabilidade

Bolsonaro publica vídeo com notícia falsa sobre eleição e apaga pouco depois

No vídeo, um homem identificado como Dr. Felipe Gimenez afirma que "Lula não foi eleito pelo povo"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A publicação foi feita dois dias após a invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, por bolsonaristas terroristas - Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo com novas informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro, em seu perfil no Facebook, na noite desta terça-feira (10). Pouco depois, ele apagou a publicação.  

No vídeo, um homem identificado como Dr. Felipe Gimenez afirma que "Lula não foi eleito pelo povo", mas "escolhido e eleito pelo STF e TSE". Diferente do que mostra o vídeo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu as eleições com 50,9% dos votos válidos contra 49,1% dos votos adquiridos por Bolsonaro. 

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A publicação foi feita dois dias após a invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, por bolsonaristas que promoveram atos terroristas. Desde então, o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por 90 dias.  

O ex-comandante-geral Fábio Augusto Vieira foi preso também por determinação de Moraes. Ele havia sido exonerado do cargo, um dia depois dos ataques de bolsonaristas, quando ainda estava no comando da corporação. Em seu lugar, o interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, nomeou Klepter Rosa. 

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O ex-secretário de segurança pública do DF Anderson Torres também foi alvo de pedido de prisão de Moraes. Mas o ex-ministro de Bolsonaro ainda não foi detido, pois está fora do país.  

Capelli afirmou que a manifestação golpista só foi possível devido a uma "operação de sabotagem" nas forças de segurança locais. 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, atribuiu ao governo do DF a responsabilidade pelos atos criminosos. De acordo com ele, houve uma mudança de planejamento na estratégia de segurança que não foi informada. Em reunião entre as forças federais e distritais, ficou acertado que o acesso à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes estaria bloqueado, o que não ocorreu no domingo. 

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"Infelizmente, houve uma avaliação das autoridades locais de que seria possível, na última hora, mudar o planejamento. Esse planejamento foi modificado e isso ensejou que essas pessoas descessem até próximo do Congresso Nacional e, em seguida, o descontrole que vocês viram", afirmou Dino. 

Edição: Vivian Virissimo