O Bem Viver na TV, programa do Brasil de Fato, começa a celebrar o mês de luta das mulheres com uma reportagem sobre a falta de acesso à higiene menstrual no Nordeste e os projetos que trabalham para mudar essa realidade.
Segundo um levantamento do Instituto Locomotiva analisado pela Agência Tatu, entre janeiro e fevereiro de 2022 quatro em cada dez mulheres são afetadas pela pobreza menstrual na região nordestina, enquanto no Brasil este número representa 52%. Esta situação, que impacta milhares de pessoas que menstruam em todo o mundo, se tornou alvo de ações de solidariedade no país.
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Em São Luís (MA) o projeto ativismo menstrual leva informação e itens básicos de higiene menstrual. O que começou como uma ação isolada hoje se tornou um projeto com dez voluntários com ações quinzenais que distribui cerca de 80 kits com absorventes e papel higiênico por mês a pessoas em situação de rua.
A fundadora do projeto e estudante de engenharia do Instituto Federal do Maranhão, Nayara Ribeiro, conta a história da iniciativa. "Nós não sabemos como é que seria recebido, se elas iriam querer receber, como é que seria isso, nós não tínhamos noção de nada. Mas a gente foi muito bem recebida. Todas elas gostaram muito, disseram que estavam precisando e a gente viu que a demanda era muito grande. Então, não dava pra fazer também uma ação isolada, a gente viu que não resolveria".
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Em Fortaleza (CE), uma iniciativa de um grupo de amigas se transformou na ONG Deixa Fluir, que realiza rodas de diálogo, palestras e distribuição de absorventes em escolas, comunidades e ocupações na cidade chegando a beneficiar quase três mil pessoas em 2022.
"Se a mulher antes não conseguia comprar um absorvente, a mulher em vulnerabilidade socioeconômica, imagina agora as mulheres que estão submetidas muito mais: ao desemprego, ao tempo dedicado ao cuidado dos doentes, das crianças que estão em casa. Enfim, a situação de divisão de gênero, de papéis ficou ainda mais agravado", relata Melina Coelho fundadora da organização cearense.
Os projetos são uma forma de pressionar o poder público a garantir os itens básicos de higiene pessoal para que as mulheres e outras pessoas que menstruam, como homens trans e pessoas não-binárias, uma vez que, ainda segundo a pesquisa do Instituto Locomotiva, 68% das nordestinas já faltaram à escola ou à faculdade por estarem no período menstrual.
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Melina destaca a importância do debate no combate à pobreza menstrual. "Dessa falta de informação, dessa vontade de a gente ir nas comunidades e ver o que que tá acontecendo, ver quais são as necessidades, ver o que que as pessoas pensam sobre a pobreza menstrual, se elas param pra refletir que aquilo é uma questão de gênero também, de desigualdade de gênero. A gente vê que muitas vezes é quando a gente começa a ir e conversar, fazer roda de conversa que as mulheres passavam por situações de pobreza menstrual e não conseguia ver que aquilo era um tipo de micro violência também contra os corpos delas, contra a liberdade delas", pontua.
Confira na íntegra a reportagem no programa:
E tem mais…
No Momento Agroecológico: conheça a parceria entre pesquisadoras e uma agricultora que resultou numa importante descoberta científica, em Pernambuco.
Também vamos até a Brasilândia, periferia de São Paulo, onde coletivos garantem o acesso à comida de verdade por meio de hortas urbanas.
Já Mosaico Cultural: cineastas indígenas criam produções que derrubam estereótipos e registram a história da cultura ancestral.
E o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) convida para a Jornada Nacional de Luta das Mulheres de 2023.
Quando e onde assistir?
No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 13h30, tem programa inédito: https://www.youtube.com/@AgenciaBrasildeFato.
Na TVT: sábado às 13h30; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC
Na TVCom Maceió: sábados às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET.
Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET.
Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital.
Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital.
Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET.
TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17.
Sintonize
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