2 anos depois

Privatização da CEB: TJ julgará açāo que pode devolver estabilidade para trabalhadores no DF

GDF entrou com ação de inconstitucionalidade contra Lei que reestabelece empregos, aprovada na CLDF em agosto de 2022

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Sindicalistas e parlamentares se manifestaram na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) contra as demissões profissionais da Neoenergia - Foto: STIU-DF

Dois anos após a privatização do serviço de distribuição de energia no Distrito Federal os servidores concursados da Companhia Energética de Brasília (CEB), que foram reempregados pela Neoenergia seguem sem estabilidade e ameaçados de demissão. Em abril de 2022 a Neoenergia demitiu cerca de 50 profissionais e segundo o Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF) a empresa já comunicou ao Ministério Público do Trabalho que tem uma previsão de demitir mais 180 profissionais em 2023.

De acordo com o diretor do STIU-DF, João Carlos Dias, essas demissões já causaram prejuízos e se confirmados os novos cortes a qualidade do serviço prestado será afetada.

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“É um corte extremante radical e perigoso na prestação de serviço de distribuição de energia no DF, porque se perde a memória técnica, o pessoal com experiência acumulada, com um conhecimento bastante específico e aprofundado do sistema elétrico do DF”, destaca João.

Na próxima terça-feira, (7) o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) deve julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo Governo do DF contra a Lei 7.172/2022, que estabeleceu o aproveitamento dos empregados da CEB.

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Essa lei foi aprovada pela Câmara Legislativa em agosto de 2022. Vetada pelo governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), o veto foi derrubado pelo parlamento e então o governo judicializou o caso. Se a lei for considerada constitucional os servidores concursados poderão ser reintegrados para exercer funções na CEB Holding ou na CEB Ipês, segmentos que permaneceram sob controle estatal.

O deputado distrital Chico Vigilante (PT), que atuou para a aprovação da Lei 7.172/2022 e pelo derrubada do veto do governador disse que aguarda um posicionamento favorável do TJDFT.

“Ela é uma lei constitucional e minha expectativa e esperança é que o Tribunal de Justiça ratifique essa constitucionalidade”, afirmou o deputado, destacando que o cumprimento da lei possibilitará o retorno dos funcionários demitidos aos quadros do governo do DF.  

“Se o TJ reconhecer a constitucionalidade da lei será uma grande vitória dos remanescentes da CEB que vão ter finalmente garantido seu direito ao emprego publico, que eles conquistaram através de concurso, com muita luta e sacrifício”, afirmou o diretor do STIU. Segundo ele, são cerca de 400 trabalhadores concursados que poderão ter seus direitos restabelecidos.

O Brasil de Fato DF entrou em contato com a assessoria de imprensa da Neoenergia, mas até o fechamento dessa matéria não havia respondido. Em nota enviada durante as demissões do ano passado a Neoenergia disse que os cortes faziam parte “de um movimento dentro das perspectivas operacionais da empresa”.

Mobilização

O STIU-DF realiza na terça-feira (7), às 12h, uma mobilização em frente ao TJDFT para acompanhar o julgamento que está marcado para acontecer a partir de 13h30.

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Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino