Justiça

Venezuela: investigações contra corrupção atingem novas estatais e número de presos chega a 44

Nova fase da operação é destinada a empresas do setor mineiro, metalúrgico e siderúrgico; nove diretores foram detidos

Caracas (Venezuela) |
Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou a prisão de 44 pessoas - Yuri Cortez/AFP

A operação que investiga supostos casos de corrupção na petroleira da Venezuela, a PDVSA, foi ampliada e atingiu outras empresas estatais do país.

A Polícia Anticorrupção informou na última sexta-feira (31) que iniciou uma "segunda fase" das ações e que a Corporação Venezuela de Guayana (CVG) se tornou alvo de investigações. Integrada por 14 empresas com mais de 20 mil empregados, a CVG atua no setor mineiro, metalúrgico, siderúrgico e hidrelétrico.

"Iniciamos uma nova solicitação ao MP [Ministério Público] para processar um conjunto de funcionários e empresários que [...] poderiam estar envolvidos em graves atos de corrupção administrativa e má administração de fundos", afirmou a polícia.

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Após o comunicado, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou o avanço das investigações e anunciou neste domingo (02) mais prisões em decorrência da nova fase da operação.

Foram detidos os presidentes da CVG, Pedro Maldonado, da Siderúrgica do Orinoco (Sidor), Néstor Astudillo, e outros sete diretores da corporação. Além disso, Saab afirmou que já foram presas 44 pessoas envolvidas nos supostos casos de corrupção que agora envolvem o Judiciário, prefeituras e governos de estados, a PDVSA e a CVG.

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Após as prisões de funcionários da CVG, o governo venezuelano nomeou uma junta interventora formada por cinco pessoas para dirigir a empresa pelo período de um ano.

Entenda o caso

Deflagrada no dia 17 de março, a operação encabeçada pelo MP e pela Polícia Anticorrupção da Venezuela - órgão criado pelo governo em 2014 - investiga a maior empresa estatal do país, a PDVSA.

As investigações já deixaram funcionários públicos e empresários presos, acusados de desviar fundos de negociações petroleiras. Segundo a Procuradoria-Geral, o esquema consistia em desviar valores provenientes de pagamentos de cargas da PDVSA que eram convertidos em criptomoedas para, em seguida, serem lavados por uma rede de empresários na compra de bens e, principalmente, investimentos no setor imobiliário. 

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Nem o MP, nem a polícia divulgaram o montante total ou parcial que teria sido desviado das empresas.

O caso motivou a renúncia do agora ex-ministro do Petróleo Tarek El Aissami e outros 10 diretores da petroleira foram detidos. O presidente da Superintendência de Criptoativos (Sunacrip), Joselit Ramírez, também está entre os presos.

Edição: Patrícia de Matos