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verdade e memória

‘Passaram 50 anos e até agora não se fez justiça’, cobra familiar de desaparecidos da ditadura chilena

Ao longo dos 17 anos da ditadura de Pinochet, 1.469 pessoas desapareceram; até agora apenas 307 foram identificadas

31.ago.2023 às 00h34
Updated On 01.set.2023 às 00h34
Santiago (Chile)
Gabriela Moncau

O dia dos presos e desaparecidos políticos chega no Chile às vésperas dos 50 anos do golpe e sob polarização política - Gabriela Moncau

Nesta quarta-feira (30), pouco antes de completarem 50 anos do golpe militar no Chile, o mesmo Palácio de la Moneda que foi bombardeado a mando do general Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973 amanheceu rodeado por fotos e nomes de muitos dos cerca de 3.200 desaparecidos e mortos pela ditadura.  

Horas mais tarde, centenas de pessoas – entre familiares de desaparecidos, jovens cumbieros, integrantes de movimentos populares e de partidos políticos – juntaram-se em frente ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos de Santiago.  

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No palco do evento organizado pelo Agrupamento de Familiares de Presos Desaparecidos, apresentações musicais, vídeos e falas pediram justiça, reparação e respostas às perguntas feitas já há meio século. Entre o público, um dos temas que mais se comentava era o decreto presidencial deste 30 de agosto – data comemorada, desde 2006, no Chile, como o dia dos presos e desaparecidos políticos. 

Decreto presidencial

Assinado pelo presidente Gabriel Boric e pelo ministro da Justiça, Luis Cordero, o decreto instaurou o Plano de Busca Verdade e Justiça. O objetivo, a partir do cruzamento de dados de centenas de investigações judiciais que seguem correndo nos tribunais chilenos, é encontrar, identificar e revelar as circunstâncias em que 1.092 pessoas foram sequestradas e sumiram entre 1973 e 1990.  

A intervenção em frente ao Palácio de la Moneda feita pelo Colectivo Contra El Olvido [Coletivo Contra o Esquecimento] demonstrou que, para alguns, a confiança na promessa do governo Boric é nula. Papeis espalhados pelo gramado diziam: “Estado do Chile, seu plano de busca é uma piada e chegou tarde. Chile segue violando os direitos humanos”.  

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Ativistas fazem críticas ao decreto do governo Boric e a violações de direitos também em tempos democráticos / Gabriela Moncau

Outras ativistas, como Marisol Vega, neta do dirigente sindical Júlio Roberto Vega, desaparecido em 16 de agosto de 1976, têm expectativa. “É um passo importante para nós. Anteriormente, nenhum outro governo sequer falou sobre o tema. Sempre diziam que era para que nós buscássemos. E esse governo diz ‘busquemos’. Então a diferença é grande”, opinou durante o ato no Museu.  

Seu avô – cuja foto Marisol levava pendurada num crachá – era presidente de um sindicato de trabalhadores do município de Santiago e integrante do Partido Comunista. Foi preso na frente de casa e nunca mais se soube do seu paradeiro. Hoje Marisol cuida do Memorial de Presos, Desaparecidos e Executados Políticos, o primeiro do tipo que foi fundado desde que em 1990 se instaurou a transição democrática no país. 

Leia mais: Perícia que confirma envenenamento de Neruda reforça tese de assassinato pela ditadura

Gisela Coussy Rivera também foi ao ato. Ela tinha cinco anos e meio de idade quando, dez dias depois da morte de Salvador Allende, seu pai foi levado pelos militares. Mas tem memórias vívidas do pai. Até então era a caçula e, segundo ela, a preferida dele. “Eu era os olhos do meu pai, como diz a canção de Marie Claire D’ubaldo’”, se referiu, emocionada. 

Plutarco Coussy Benevides, sindicalista da Central Única dos Trabalhadores do Chile, sabia que estava sendo procurado, mas tomou o micro-ônibus normalmente para ir ao trabalho naquela segunda-feira de 1976. “Ele disse ‘nada devo, nada temo’”, conta sua filha. Nunca mais voltou.  


Integrantes do Agrupamento de Familiares de Presos Desaparecidos sentaram na primeira fileira do evento no Museu da Memória / Gabriela Moncau

Plutarco não sabia que sua esposa carregava na barriga o quinto filho quando desapareceu. “Minha mãe percorreu o país de norte a sul. Pegou barco, trem, tudo. Meu pai tinha 32, minha mãe, 30. Ela ainda hoje anda por aí atrás dele, tem 80”, conta Gisela. 

Joana Carreño também segue a luta iniciada por sua avó, mãe e tias. Nascida em 1979, não presenciou quando, cinco anos antes, militares entraram na casa de seu avô, levaram ele e seu tio, que na ocasião tinha só 15 anos – era secundarista. Naquele dia, 13 de agosto de 1974, outro dos tios de Joana, com cinco anos, tomou uma coronhada na cabeça. “A porrada o deixou, depois, com corpo de adulto mas com uma mente de criança”, disse. 

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A avó de Joana, Ana Concepción Aguilera, tentou por anos encontrar o marido e o filho. “Durante essa busca, ela foi estuprada por militares. Foi detida em um quartel militar e fizeram uma espécie de falso fuzilamento para a amedrontrar. Iam até a minha casa. A ameaçaram de morte e, então, ela teve que se exilar do país com os três filhos menores”, relata Joana.  

“Nós temos que criar consciência, semear memória nas novas juventudes, para que isso não volte a acontecer no Chile. Passaram 50 anos e até agora não se fez justiça real”, opina Carreño.  

De acordo com o Ministério da Justiça, ao longo dos 17 anos de ditadura militar, 1.469 pessoas foram vítimas de desaparecimento forçado. Destas, 1.092 foram presas antes de sumir. Passadas cinco décadas do golpe, apenas 307 pessoas desaparecidas foram identificadas. 

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Versões em disputa 

“Encontrar essas respostas é importante nesse momento sobretudo porque há um grupo político do país de extrema direita que quer passar uma mensagem de negar essa realidade, negar tudo o que se passou”, expõe Joana Carreño. 

O marco dos 50 anos trouxe à tona no debate público não só a falta de respostas detalhadas sobre o terrorismo praticado pela ditadura de Pinochet, mas também a falta de consenso sobre o que se passou nessas páginas da história chilena.  

No último 22 de agosto, por exemplo, políticos governistas e de oposição quase saíram na mão na Câmara dos Deputados. Parlamentares da União Democrática Independente (UDI) e do Partido Republicano, ambos de direita, fizeram a leitura de um documento lançado neste mesmo lugar, mas em 22 de agosto de 1973. Emitida 20 dias antes do golpe de Estado, a carta acusava o então governo Allende de ser inconstitucional e depois seria usada pela ditadura na busca por algum sustento jurídico.  

Na entrada do Museu da Memória, um grupo de jovens pintava uma faixa grande com os dizeres “A cumbia não esquece as vítimas da ditadura”. “A cumbia, como sonoridade e dança, tem alta presença no Chile. É um movimento que envolve uma quantidade grande de gente é o terceiro ritmo mais escutado no país”, explicou Francisco Figueroa, porta-voz da Frente Cumbiera pelos 50 anos do Golpe.  

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Integrantes da Frente Cumbiera pelos 50 anos do Golpe pintam uma faixa na entrada do Museu / Gabriela Moncau

A articulação de diversos grupos, artistas e torcidas da cumbia foi criada, explicou Francisco, por entenderem que a data e o rito não podem “passar desapercebidos em nenhum espaço da sociedade”: “Lamentavelmente o Chile é um dos países que menos defende a qualidade da sua democracia”.  

“Foram 17 anos muito duros para as gerações que vieram antes que nós. Nós não vivemos ditadura, mas vivemos as consequências desse terrorismo de Estado, de ter uma sociedade que ainda tolera e faz parte desses abusos”, avalia Figueroa. “Então, o não esquecimento é um olhar para o futuro”, conclui.  

Editado por: Rodrigo Chagas
Tags: direito a privacidade e proteção de dadosdireitos das pessoas em situação de prisão ou detençãoproteção contra a tortura e dignidade
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