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NOVA MISSÃO NO HAITI

Haiti é vítima de caos orquestrado que o impede de definir seu próprio rumo, diz dirigente político

Por causa disso, Camille Chamers não vê com bons olhos a ideia de mais uma intervenção internacional

05.out.2023 às 09h29
Botucatu (SP)
Julio Adamor

Camille Chalmers, dirigente da Plataforma Haitiana de Reivindicação de um Desenvolvimento Alternativo do Haiti, propôs uma "pedagogia das revoluções". - Daniel Jatimliansky

O Haiti já foi autosuficiente em cereais. No começo dos anos 1970, produzia praticamente 100% do que necessitava. Cinco décadas depois, o país compra dos Estados Unidos 82% do arroz que sua população consome. A causa são as políticas de ajuste estrutural impostas ao país, que estimulam a importação e impedem que o Estado financie a economia campesina. Entre as consequências, está o desemprego, que hoje atinge 70% da população.

A avaliação é do haitiano Camille Chalmers, dirigente do partido Rasin Kan Pèp la (reagrupamento socialista por uma nova iniciativa nacional). Segundo ele, o Haiti é vítima de um “caos orquestrado por organizações imperialistas”, que querem seguir executando seus interesses comerciais. Para isso, precisam impedir que o povo haitiano conquiste sua autodeterminação e escolha um rumo de desenvolvimento próprio.

Por causa disso, Chalmers é contrário a toda e qualquer intervenção internacional no Haiti, como a que foi aprovada nesta semana pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Já sofremos várias intervenções. Cada vez que se faz isso, a situação piora”, diz ele. “A situação atual é resultado de uma intervenção imperialista”, completa, referindo-se à missão de paz liderada pelo Brasil de 2004 a 2017.

O dirigente político, que falou com o Brasil de Fato por videoconferência desde Porto Príncipe, cita uma lista de atividades econômicas nas quais essa lógica se manifesta. “A partir do início do século 20, o imperialismo investiu para estruturar a indústria açucareira em Cuba e na República Dominicana, e definiu para o Haiti a incumbência de fornecer mão de obra barata para essas indústrias. Para manter isso, é importante que as condições de emprego, os níveis sociais sejam péssimos”. Ele menciona também que o Haiti é estratégico pela existência de recursos essenciais para empresas transnacionais, como o ouro que se encontraria na região norte do país.

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“Muitos dizem que o Haiti é rico em metais preciosos, mas nada disso ficou provado até hoje. É uma zona cinzenta, que faz parte de um discurso ideológico”, pondera o professor Ricardo Seitenfus, doutor em Relações Internacionais, ex-representante da OEA no Haiti (2009-2011) e autor de livros sobre o país.

Quanto à queda na produção de arroz, houve de fato um estímulo dos Estados Unidos para que o Haiti reduzisse tarifas e assim estimulasse a importação de arroz produzido no estado do Arkansas — o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) inclusive fez mea-culpa disso publicamente, reconhecendo como foi prejudicial para o Haiti. Essa preferência pela importação, ao reduzir as oportunidades de trabalho no campo, provocou uma migração para as cidades, o que acabou virando “uma bomba, com favelas pra todo lado”, afirma Seitenfus. “Porém, nada foi feito [pelo Haiti] desde então para parar com isso”.

Além do nível altíssimo de desemprego, o Haiti amarga recessão econômica há cinco anos consecutivos, 50% de inflação anual e uma população com poder aquisitivo baixíssimo, dados que ilustram o cenário de grave crise vivida pelo país, cujo elemento mais nítido e midiático no momento é a violência desenfreada. O Haiti vive um colapso das instituições e grande parte da capital está sob controle de gangues. Ao menos 2 mil homicídios e mil sequestros foram registrados apenas no primeiro semestre de 2023, segundo estimativas da ONU.

Outro exemplo de como o governo dos Estados Unidos contribui para esse cenário, na visão de Camille Chalmers, é o fato de Washington ter feito “todo o possível para combater” o PetroCaribe, programa de venda de petróleo criado por Hugo Chávez quando presidia a Venezuela (1999-2013) e que chegou a fornecer a matéria-prima para 16 países em condições financeiras “excepcionais”.

Aqui, novamente, Seitenfus valida o argumento histórico, mas com outra ressalva que coloca parcela da responsabilidade no colo dos haitianos. “É verdade que os EUA tentaram impedir [a concretização do PetroCaribe]. Há documentos que mostram essa resistência. Mas o problema é que 3 bilhões de dólares foram desviados”, conta o professor. “Um dia isso terá de ser acertado com a Venezuela."

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Fracassos de Washington

Os EUA, na avaliação de Seitenfus, tem dois grandes fracassos em termos de política externa no Caribe: Cuba e Haiti. O primeiro, por causa da Revolução Cubana, que perdura apesar do embargo imposto por Washington. O segundo “paga o preço por estar próximo a Cuba”, diz ele. Jean-Claude Duvalier, o ‘Baby Doc’, que comandou o Haiti de 1971 a 1986, era um ditador, porém um ditador aceito pelos EUA porque “não se podia aceitar uma segunda Cuba no Caribe”. E, assim, “fechou-se os olhos para os problemas do Haiti”.

Camille Chalmers diz que os EUA querem manter o controle sobre a política haitiana porque temem uma possível aliança entre Cuba, Venezuela e Haiti, “que produziria uma mudança nas relações de forças no Caribe”. Como exemplos de como tal aliança poderia se configurar, ele menciona o já citado PetroCaribe, que o governo venezuelano demonstrou interesse em reativar no ano passado, e a atuação de médicos cubanos em áreas remotas do Haiti, que reduziu indicadores de mortalidade materna e representa um exemplo do que poderia ser “uma verdadeira solidariedade com o Haiti”.

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Mas isso não vinga, segundo ele, porque além da pressão internacional, existe a cumplicidade de gestores que, considera, são designados por missões internacionais, sem participação da sociedade. Seria o caso do atual governo do primeiro-ministro Ariel Henry, que assumiu após o assassinato de Jovenel Möise, em 2021.

“Toda a atual administração política no Haiti deve ser considerada ilegal do ponto de vista constitucional”, enfatiza Ricardo Seitenfus. Isso porque, embora a Constituição estabeleça que, em caso de morte do presidente, o primeiro-ministro deve exercer o poder até a eleição de um novo governante, Henry não chegou a ser empossado nem aprovado pelo Parlamento.

Contudo, diz ele, se há alguém com um mínimo de legitimidade para governar o Haiti, “este é o Ariel Henry, pois foi escolhido para o cargo de primeiro-ministro pelo presidente assassinado”. E este, por sua vez, havia sido eleito democraticamente.

Editado por: Leandro Melito
Tags: haitionu
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