Tragédia

O dia na guerra: Hamas libera duas reféns e crianças palestinas escrevem nome nas mãos para facilitar identificação

Na ONU, ministro libanês pede cessar-fogo e alerta para possível intervenção do Hezbollah

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Abu Obaida, porta-voz do braço militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, anunciou a soltura das reféns - Foto: Divulgação

A guerra na Palestina chegou em seu 13º dia com um gesto inesperado do Hamas. Nesta sexta-feira (20), o grupo palestino libertou suas duas primeiras reféns: as americanas Judith Raanan, 59, e sua filha, Natalie Raanan, 17. Elas já estão em uma base militar em Israel, para onde foram transportadas pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

"A libertação de duas reféns em Gaza hoje é uma ponta de esperança. Estamos extremamente aliviados por elas poderem se reunir com suas famílias após duas semanas de agonia", informou o CICV em nota.

O porta-voz do braço militar do grupo, as Brigadas Al-Qassam, divulgou que a libertação das reféns respeitou "razões humanitárias". Abu Obaida, afirmou, ainda, que a ação pode "provar ao povo americano e ao mundo que as afirmações feitas por Biden e sua administração fascista são falsas e infundadas".

A negociação para a libertação das americanas foi feita pelo governo do Qatar. Israel informou que não ofereceu nenhuma contrapartida e que a medida partiu do Hamas, foi uma decisão unilateral.

Marcados para morrer

Para facilitar a identificação dos corpos, em caso de morte, crianças palestinas estão sendo marcadas com o próprio nome em várias partes do corpo. De acordo com a rede de televisão Al Jazeera, muitas vítimas do massacre imposto por Israel não foram identificadas.

Levantamento da ONU indica que, desde 7 de setembro, quando teve início a guerra no território da Palestina, 1,5 mil crianças palestinas já morreram. Em nota divulgada nesta sexta-feira, órgão afirmou que "estima-se que centenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças, ainda estejam presas sob os escombros, aguardando resgate ou recuperação".

Alerta

Abdallah Bou Habib, Ministro de Relações Exteriores do Líbano, informou à rede CNN Internacional que o governo libanês pedirá um cessar-fogo de 48 horas na guerra. Além disso, ele alertou para os riscos do Hezbollah entrar no conflito para defender os palestinos. O grupo ameaça atacar Israel se houver um avanço por terra das forças israelenses em Gaza.

"Eles não querem uma guerra. Mas quero dizer, você não pode controlar isso. Tudo depende, mais uma vez, do que acontecer em Gaza, da invasão de Israel a Gaza", explicou Habib.

Leia mais: Quais as chances de Irã e Líbano entrarem no conflito entre Israel e Hamas?

Mais cedo, Peter Lerner, porta-voz das Forças De Defesa de IsraeL (FID), alertou os libaneses sobre o possível avanço do grupo. "O governo do Líbano, qualquer coisa que aconteça vindo do território deles, eles devem se responsabilizar e serão responsabilizados. Este é um Estado soberano. Tem controle sobre suas fronteiras. Eles têm a responsabilidade de garantir que terroristas como o Hezbollah, um exército terrorista, não lancem ataques contra Israel."

Mais mortes

A ONU informou que mais dois funcionários da entidade morreram na última quinta-feira (19), após bombardeios de Israel contra a Palestina. Já são 16 trabalhadores ligados à entidade mortos no conflito.

Edição: Nicolau Soares