Lesa Pátria

Quem é Léo Índio, primo dos filhos do Bolsonaro, que foi alvo de operação da PF?

Leonardo Rodrigues de Jesus é investigado por participar dos atos golpistas do 8 de janeiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Léo Índio, primo dos filhos de Jair Bolsonaro e ex-servidor do governo federal na gestão do ex-presidente - Reprodução/Instagram

Um dos alvos da nova fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (25), é Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A 19ª fase da operação da PF tem o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos criminosos do 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.  

Léo Índio esteve nos atos golpistas, conforme uma foto que ele mesmo publicou em suas redes sociais. Na ocasião, o primeiro dos filhos de Bolsonaro escreveu que “patriotas não cometem vandalismo”.  

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Das diligências autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Léo Índio é alvo de um mandado de busca e apreensão, segundo apuração do Correio Braziliense. No total, foram realizadas cinco prisões preventivas e 13 mandados de busca e apreensão em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF). 

Quem é Léo Índio?

Léo Índio é filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes Braga Rodrigues, primeira esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo. Morador do Rio de Janeiro, onde dividiu um imóvel com Carlos Bolsonaro, Léo se mudou para Brasília no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019. 

De acordo com o livro Tormenta, da jornalista Thaís Oyama, Carlos chegou a procurar cargos para o primo no Palácio do Planalto. Primeiro, Carlos tentou um cargo de chefia na Polícia Federal, a despeito de seu primeiro não ser policial. O objetivo era fazer a segurança do então presidente. Em outro momento, tentou um cargo na Secretaria de Governo, com salário de R$ 13 mil. O general Santos Cruz, que chefiava a pasta, não aceitou.

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Ele também foi assessor do senador Chico Rodrigues (União-RR), com um salário bruto de R$ 22.943,73, entre abril de 2019 e outubro de 2020. Ele pediu exoneração depois que o parlamentar foi flagrado com R$ 30 mil na cueca. Segundo a PF, o dinheiro era proveniente de desvio de recursos da Saúde durante a pandemia.

No ano seguinte, em dezembro, ele foi nomeado auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado com salário de R$ 5.735,93. No entanto, ele foi exonerado do cargo, depois que uma reportagem do UOL mostrou que Índio, na verdade, era um funcionário fantasma.  

Léo Índio, que se apresenta como sobrinho de Bolsonaro nas suas redes sociais, concorreu pelo PL nas eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, porém não foi eleito.

Ele também é alvo de um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar as manifestações bolsonaristas de 7 de setembro de 2021 que reverberaram ataques ao STF. Léo Índio publicou, dias antes da manifestação, uma campanha de arrecadação de dinheiro para viabilizar os atos.  

A operação da PF desta quarta-feira não é a primeira em que Léo Índio é um dos alvos. Em 27 de janeiro deste ano, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão em sua residência. De acordo com a Polícia Federal, os fatos investigados em relação ao 8 de janeiro constituem crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo. 

Edição: Vivian Virissimo