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Estado Islâmico assume autoria de atentado durante homenagem a general no Irã

Após anunciar mais de 100 mortes, imprensa oficial iraniana corrigiu informações e disse que foram 84 vítimas fatais

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Explosões aconteceram na última quarta-feira (3) - Sare Tajalli / ISNA / AFP

A organização Estado Islâmico assumiu nesta quinta-feira (4) a responsabilidade pelas duas explosões registradas na véspera, no Irã, e que mataram pelo menos 84 pessoas, segundo as informações oficiais mais recentes. Anteriormente, a imprensa estatal iraniana chegou a noticiar 103 mortes, mas o número foi corrigido.

De acordo com a CNN World, o Estado Islâmico, também conhecido pela sigla ISIS, divulgou um comunicado mais de 24 horas após os ataques reivindicando a autoria. As explosões foram registradas na quarta-feira (3), na cidade iraniana de Kerman, onde acontecia uma peregrinação em homenagem ao general Qassem Soleimani, morto em janeiro de 2020 em operação militar dos Estados Unidos.

De acordo com a agência de notícias estatal iraniana Irna, além das 84 mortes confirmadas, 284 pessoas ficaram feridas. O veículo de imprensa informou ainda que imagens de câmeras de segurança mostraram que a primeira explosão foi causada por um homem-bomba. A forma como a segunda bomba explodiu ainda não foi confirmada.

Ainda na quarta-feira, horas após os ataques, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, publicou uma nota dura em que chamou ação de um "crime terrorista", e disse que as autoridades do país vão tomar "as medidas necessárias" para aliviar a dor das famílias das vítimas e tratar as pessoas que ficaram feridas.

"O presidente ainda anuncia em sua mensagem que os executores e criminosos que estiveram envolvidos nesse ataque terrorista vão ser identificados o quanto antes e serão punidos por suas ações", prosseguiu a nota assinada por Raisi.

Qassem Soleimani, que estava sendo homenageado em um grande ato no momento dos ataques, era uma figura política extremamente importante no Irã, e ocupava o posto de "número dois" da estrutura política do país, atrás apenas do aiatolá Ali Khamenei, quando foi morto. Ele foi atingido por um ataque de drones estadounidenses no Iraque em 3 de janeiro de 2020.

Edição: Nicolau Soares