Massacre

ONU: Israel impediu entrada de três a cada quatro missões humanitárias enviadas ao norte de Gaza em 2024

Israel impede entrada de alimentos, água, remédios e combustível; palestinos mortos ultrapassam 24 mil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Bombardeios e ataques de Israel contra Gaza já deixaram mais de 24 mil palestinos mortos - AFP

O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (OCHA, na sigla em inglês) denunciou nesta terça-feira (16) que apenas uma em cada quatro missões humanitárias enviadas ao norte de Gaza desde o início do ano chegaram ao destino.

Em números totais, somente sete das 29 missões para entregar alimentos, remédios, água e outros insumos vitais conseguiram chegar à região – que é a mais atingida pelos ataques israelenses – nas duas primeiras semanas de janeiro.

Segundo funcionários das Nações Unidas a situação está "terrível" e muitas pessoas "não têm o que comer", pois Israel continua a bloquear a entrada de ajuda humanitária.

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Ainda de acordo com o OCHA, a maioria das cargas bloqueadas era de combustível e medicamentos que iriam para reservatórios e instalações de saúde ao norte de Gaza. 

O Escritório da ONU alerta que a falta de combustível para água, saneamento e higiene aumenta os riscos de saúde da população e a ausência de remédios debilita a capacidade dos seis hospitais que operam parcialmente.

Também nesta terça-feira, relatores de Direitos Humanos da ONU denunciaram que Israel está destruindo o sistema alimentar em Gaza e utiliza a falta de acesso à comida como um instrumento de ataque.

Ações como bloquear acesso a terras agrícolas e ao mar, destruir casas e bombardear infraestrutura sanitária e hospitalar são apontadas como geradoras de fome, desnutrição, doenças e sofrimento generalizado da população em Gaza.

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Desde o dia 9 de outubro, Israel ampliou o bloqueio contra Gaza e impôs um "cerco total" contra o território, impedindo que 2,3 milhões de palestinos tenham acesso a água, comida, combustível, medicamentos e insumos médicos.

Até o momento, o massacre israelense já deixou mais de 24 mil palestinos mortos, a maioria é de mulheres e crianças. Por conta das ações recentes, Israel está sendo levado à Corte Internacional de Justiça, em um processo movido pela África do Sul que acusa o país de cometer um genocídio contra o povo palestino.

*Com informações da ONU News

Edição: Lucas Estanislau