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Governo encerra isenção de impostos a pastores concedida por Bolsonaro no fim do mandato

Medida de julho de 2022 determinava que valores recebidos por líderes religiosos não seriam considerados salários

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Bolsonaro e Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, em 2020; medida anunciada pelo então presidente beneficiou pastores - Divulgação/Presidência da República

Uma medida assinada pela Receita Federal suspendeu nesta quarta-feira (17) a isenção de cobrança de impostos sobre valores recebidos por líderes religiosos. A medida estava em vigor desde julho de 2022, quando foi publicada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) às vésperas da eleição que culminaria com a derrota dele para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão cita processo em andamento no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o tema, iniciado após ação do Ministério Público. A suspensão foi publicada pelo Diário Oficial da União (DOU) e já está em vigor.

A medida bolsonarista considerava que valores pagos pelas igrejas a seus "ministros de confissão religiosa" não poderiam ser considerados salários. Assim, estariam isentos de cobrança de contribuições previdenciárias, por exemplo.

Enquanto a medida esteve em vigor, apenas eram considerados salários os pagamentos recebidos pelos líderes religiosos em relação a atividades "comprovadamente" de trabalho, como aulas ministradas em cursos, por exemplo.

Segundo o site Congresso em Foco, a investigação em andamento no TCU cita "possível desvio de finalidade e ausência de motivação". O veículo lembrou que Bolsonaro citou a medida em ato de campanha duas semanas após a publicação

Edição: Geisa Marques