Reunião bilateral

Lula encontra secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken; guerra de Israel deve ser discutida

Encontro ocorre depois que o presidente comparou o genocídio palestino ao holocausto contra judeus

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Anotny Blinken se reúne com o presidente Lula antes de participar do G20, no Rio de Janeiro - Chip Somodevilla/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, nesta quarta-feira (21), no Palácio do Planalto. O encontro ocorre antes da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 – grupo que agrega as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana –, no Rio de Janeiro. 

Conforme comunicado divulgado pela embaixada dos Estados Unidos no país, a visita de Blinken “ressalta o compromisso dos Estados Unidos em apoiar os objetivos do Brasil durante sua presidência do Grupo dos 20”. O Brasil assumiu a presidência rotativa da organização pela primeira vez em 1º de dezembro, com um mandato de um ano.  

“O Secretário reafirmará o nosso interesse mútuo em garantir a paz internacional, reconhecer os direitos dos trabalhadores, promover a igualdade racial e acabar com a desflorestação”, afirmou o comunicado da embaixada.  

Antes, o secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, afirmou que Blinken “busca uma conversa e envolvimento robustos com o presidente Lula sobre uma série de questões globais. O Brasil é um parceiro fundamental em uma série de questões, entre elas as questões de paz e segurança globais”. 

Um dos temas do encontro entre Lula e o secretário deverá ser o ataque de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza. Como secretário de Estado dos EUA, Blinken tem participado de negociações numa tentativa de um cessar-fogo, apesar de o presidente estadunidense, Joe Biden, ser um dos principais apoiadores de Israel.  

Na última terça-feira (20), os Estados Unidos vetaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza. Agora, os EUA devem apresentar um texto alternativo com a proposta de um "cessar-fogo temporário em Gaza assim que possível", com a libertação de todos os reféns. 

O anúncio da proposta alternativa foi feito depois que o presidente Lula comparou o massacre promovido pelas forças militares de Israel contra a Faixa de Gaza ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.  

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o presidente, em entrevista coletiva no último domingo (18) antes de deixar a Etiópia rumo ao Brasil. 

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, chefiado por Blinken, Matthew Miller, afirmou que o seu governo "obviamente" discorda da declaração de Lula.  

Edição: Vivian Virissimo