G20 no Brasil

Lavrov diz que reação do Ocidente à morte de Navalny é 'histeria' 

No G20, chanceler russo diz que Ocidente não tem o direito de intervir nos assuntos da Rússia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
O líder da oposição russa Alexei Navalny morreu em 16 de fevereiro de 2024 na colônia prisional do Ártico, onde cumpria pena de 19 anos. - Evgeny Feldman /AFP

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, ao falar sobre a morte do opositor russo, Alexey Navalny, na última sexta-feira (16), disse que o Ocidente não tem o direito de interferir nos assuntos internos da Rússia. A fala ocorreu durante entrevista coletiva à imprensa russa na reunião de chanceleres do G20, no Rio de Janeiro. 

Após a morte de Navalny, diversos líderes ocidentais acusaram o Kremlin de ter responsabilidade no incidente. Político opositor de Putin estava preso desde 2021 e cumpria pena de 19 anos. 

"Essas pessoas [líderes ocidentais] não têm o direito de interferir em nossos assuntos internos. Além disso, eles próprios têm uma 'trave nos olhos' com Julian Assange, Gonzalo Lira, que morreu de tortura numa prisão ucraniana. E nem os americanos nem quaisquer outras figuras ocidentais sequer comentam isso de forma alguma", disse Lavrov.

Lavrov acrescentou que a Alemanha acusou a Federação Russa de envenenar Navalny em 2020. O chanceler russo alegou que os pedidos das autoridades russas para fornecer provas não foram respondidos na Alemanha. Segundo ele, ninguém sabe o que foi feito a Navalny na Alemanha.

Situação de Assange é uma 'vergonha para a democracia ocidental', diz Lavrov

Ao falar especificamente sobre a situação de Julian Assange, Serguei Lavrov, classificou a situação do fundador do WikiLeaks como "uma vergonha para a democracia ocidental".

Os EUA acusam Julian Assange de 18 crimes ligados à divulgação de milhares de documentos secretos sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque, e pede a extradição dele ao Reino Unido, onde ele permanece detido. 

O Tribunal Superior de Justiça de Londres encerrou nesta quarta-feira (21) a última audiência sobre o recurso final de defesa de Julian Assange, jornalista australiano e cofundador do WikiLeaks.

De acordo com o ministro russo, Assange "em geral transmitiu à opinião pública mundial a verdade sobre as ações dos serviços de inteligência americanos e dos militares americanos, que foram confidenciais, mas violaram grosseiramente as leis americanas, incluindo a Constituição". 

"Se esta é uma atividade criminosa, então significa que os criminosos que estiveram envolvidos nela querem que os seus crimes permaneçam sem solução", completou o chefe da diplomacia russa. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho