Epidemia de dengue

DF completa um mês de Decreto Emergencial na Saúde e segue com casos em alta e poucos profissionais na Saúde

Especialista comenta que principal problema é a falta de equipes estruturadas

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Hospital de Campanha da Aeronáutica foi inaugurado dia 5 de fevereiro em Ceilândia - Fábio Rodrigues-Pozzebom

Em razão do crescente número de casos de dengue no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) assinou um decreto de emergência na saúde pública no dia 25 de janeiro. O decreto que tem uma validade de 180 dias autoriza o governo a tomar as medidas administrativas necessárias para conter a doença, mas um mês depois os números continuam crescendo e as medidas anunciadas são consideradas tímidas, dentre elas a falta de profissionais.

“Eu não vi mudança nenhuma. Na minha casa não recebemos nenhuma visita dos agentes há meses, tem lotes vazios que ninguém cuida e praticamente todo mundo da minha casa pegou dengue”, relatou o estudante Matheus Nascimento, que mora em Ceilândia e foi diagnosticado com dengue no último mês. O boletim epidemiológico da última segunda-feira (26) registrou mais de 100 mil casos prováveis da doença desde o início de 2024, sendo 19.150 casos na última semana.

Para a médica infectologista, Beatriz Mundinho, o principal problema do Distrito Federal no combate a dengue é a falta de equipes estruturadas de agendes comunitários, sanitários e de saúde familiar. “No DF nós temos uma grande parte das pessoas não são assistidas pela estratégia de saúde familiar e isso não mudou com esse decreto”, afirmou Beatriz, destacando que houve aumento na estrutura de atendimento, mas faltou investir na prevenção.

“O Governador disse que a Saúde entrou em colapso, mas isso é a prova da incompetência e da falta de gestão, pois isso foi amplamente alertado pelos especialistas”, analisou o líder da oposição na Câmara Legislativa, deputado Gabriel Magno (PT/DF), que destaca a falta de servidores e a quantidade insuficientes de nomeações, mesmo em período de emergência na saúde. Na semana passada, o GDF nomeou 741 servidores da Saúde, enquanto a demanda de cargos vagos chega a 24 mil.

Decreto Emergencial

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foi montado no DF o Plano de Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses válido para o triênio (2024 – 2027), com boletins infectologias, informações sobre prevenção, locais de entendimento e de vacinação nas regiões administrativas. Clique aqui para ter acesso a essas informações divulgadas periodicamente pela SES-DF.

Ainda segundo a Secretaria, desde o início de outubro de 2023, a Pasta “vem intensificando suas ações no combate à dengue, uma vez que o período sazonal da doença no DF é de outubro de um ano (início da subida da curva de casos) até abril do ano seguinte”.

Dentre as excepcionalidades oferecidas no período do decreto está a ampliação do atendimento de algumas unidades básicas de Saúde, que normalmente atendem a população das das 7h às 17 horas e ampliaram os horários até as 22 horas, aos sábados e domingos. Clique aqui para saber quais são essas unidades.

Ainda sobre atendimento, o GDF destacou que no dia 5 de fevereiro foi inaugurado o Hospital de Campanha da Aeronáutica, em Ceilândia, para atender pacientes com sintomas e diagnosticados com a dengue.

Outra medida apontada foi a expansão da rota do fumacê contra o mosquito da dengue. Segundo o GDF, semanalmente é feita uma análise com base nos casos e as cidades com as maiores incidências da doença são prioritárias.

Além das nomeações dos profissionais de saúde, o governo ressaltou que foi feito um treinados com 300 militares do Corpo de Bombeiros e outros 300 do Exército que têm apoiado com as inspeções domiciliares na busca por eliminação de possíveis focos do mosquito Aedes aegypti na capital.

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Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva