Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
No Result
View All Result
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
No Result
View All Result
Brasil de Fato
Início Opinião

Opinião

Privatizações afetam a sociedade como um todo, especialmente as mulheres

Exercício de observar os reflexos perversos que têm as privatizações para a classe trabalhadora é desafio coletivo

08.mar.2024 às 14h12
Belo Horizonte (MG)
Mahara Jneesh

Imagem - Caio Jardim

Para entendermos como as privatizações afetam a sociedade como um todo, especialmente as mulheres, é preciso compreendemos como opera o capitalismo e de que maneiras a acumulação capitalista aprofunda as desigualdades de classe, raça, etnia, gênero, sexo; sendo a privatização dos serviços públicos apenas um dos mecanismos para isso.

Em "O Capital", Karl Marx realiza uma análise da dinâmica histórica do capitalismo e destaca a força de trabalho como a principal fonte de valor. Marx concebe a força de trabalho como uma mercadoria única, dotada da capacidade intrínseca de criar valor. No entanto, o tempo de trabalho, fonte desse valor, frequentemente excede o necessário socialmente, resultando em uma produção excedente para o empregador, a chamada “mais-valia”. 

A apropriação dessa mais-valia, conforme argumentado por Marx, estabelece as condições para a acumulação e desenvolvimento do capitalismo. Surge, contudo, um questionamento não completamente esclarecido em "O Capital": se a força de trabalho produz valor, como essa força de trabalho é produzida?

As trabalhadoras e trabalhadores não se dirigem prontamente ao mercado para vender a única mercadoria que possuem, sua força de trabalho. E esse ponto é crucial: a produção e reprodução da força de trabalho ocorre nos lares, não nos mercados. Esse processo abrange não apenas aqueles que vendem sua força de trabalho, mas também inclui a educação sob a lógica disciplinar capitalista. Envolve, ainda, a reprodução biológica de novos trabalhadores, sem cair em uma suposta "biologização da reprodução social". 

A exploração da força de trabalho como mercadoria produz contradições a partir das pressões sofridas no exercício de tarefas em troca dos salários, desempenho de longas jornadas, condições precárias até baixos salários, enquanto o trabalho reprodutivo ameniza e revigora. Portanto, o trabalho doméstico não é uma simples junção de tarefas necessárias, mas funciona como restituição de bem-estar frente à exploração do mercado. 

Capitalismo patriarcal e racista

A reprodução social envolve famílias sob a responsabilidade das mulheres, e seu funcionamento passa pela oferta de bens e serviços de saúde e educação, além dos bens públicos essenciais, como a disponibilidade e tratamento de água. A partir do momento que esses serviços são privatizados, a qualidade e o acesso a eles ficam comprometidas. Da mesma forma, o tempo gasto pelas mulheres, responsabilizadas pela reprodução social, torna-se ainda maior e mais cansativo.

Essa maior carga de trabalho recai principalmente sobre as mulheres negras. Suas condições de vida são ameaçadas, tanto por falta de acesso a serviços quanto por ocuparem posições no mercado de trabalho majoritariamente ligadas à reprodução, como o trabalho doméstico ou empregos em serviços de saúde. 

Segundo os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil é o país com maior quantidade de trabalhadoras domésticas no mundo. São 6,1 milhões de empregos domésticos, dos quais, 92% são ocupados por mulheres. E essa ocupação segue sendo a opção para grande parte das mulheres pobres e com baixo nível de escolaridade. As mulheres negras representam 65% das mulheres empregadas domésticas no Brasil, ao passo que possuem menor índice de escolaridade e formalização no emprego que as mulheres brancas, segundo os dados do Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (IPEA). 

Ou seja, o emprego doméstico no Brasil tem gênero, classe e raça bem definidos. 

Privatizações no mundo, no Brasil e em Minas Gerais – uma breve síntese

Enquanto no Brasil as privatizações têm sido a ordem das agendas econômicas, outros países têm feito um movimento contrário, promovendo a reestatização dos serviços públicos. 

Em Minas Gerais, a privatização da principal empresa pública de saneamento básico, a Copasa, foi proposta desde o primeiro governo de Romeu Zema (Novo) e é vista com muito interesse pelo setor privado. Segundo a revista Infomoney, em publicação realizada em 2023, trata-se de uma empresa grande interesse dos investidores, principalmente depois da aprovação do novo marco regulatório. Porém, segundo suas previsões, ainda deve levar algum tempo até que o governo consiga vender a empresa ao setor privado. Isso porque a Constituição mineira obriga a existência de um referendo popular sobre a privatização dessa empresa, além dos embates na Assembleia Legislativa que impedem a efetivação da venda. A publicação destaca como “exemplo de sucesso” a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que foi facilitada por manobras do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A principal empresa mineira de serviço de distribuição de energia elétrica, a Cemig, também faz parte da agenda privatizadora do governo de Romeu Zema e enfrenta uma situação semelhante à da Copasa. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 24/2023, enviada pelo governador à ALMG, busca permitir a privatização de empresas estatais sem a necessidade de referendo popular e com a aprovação de apenas metade dos parlamentares. A PEC propõe a exclusão dos parágrafos 15º e 17º do artigo 14 da Constituição do Estado de Minas Gerais. 

No entanto, o projeto de lei que aborda efetivamente a privatização da Cemig ainda não foi divulgado oficialmente, mesmo que haja uma grande circulação de propostas e articulações para isso, com diferentes modelos e nomes, mas todos com a mesma intenção: o lucro das empresas privadas.

A falta de energia elétrica nos lares, da mesma forma que a falta de acesso à água e tratamento de esgoto, é nitidamente prejudicial à realização do trabalho reprodutivo. Isso gera diretamente um aumento na carga de trabalho doméstico e de cuidados. A negação desse direito também cria obstáculos para a existência individual e coletiva, incluindo o acesso à educação, ao lazer, à vida social, às informações, impedindo, inclusive, a participação política das mulheres. 

Além disso, os trabalhadores do setor eletricitário, em sua grande maioria homens, passam a ter seus vínculos de trabalho cada vez mais precarizados nas empresas privatizadas, com a terceirização, a redução das garantias e direitos, e maiores índices de acidente de trabalho. Isso aumenta a pressão sobre a classe trabalhadora como um todo, que, por consequência, aumenta a pressão sobre as mulheres na sustentação da vida. Mais vulnerabilidade e tensões geram ainda mais violências.

Elementos para a defesa dos bens comuns

O exercício de observar e refletir os reflexos perversos que têm as privatizações para a classe trabalhadora como um todo, sobretudo em relação às mulheres, é um desafio coletivo. Além disso, é importante entender como funcionam os mecanismos de convencimento da população a favor das privatizações a partir do sucateamento dos serviços prestados.

Tendo como exemplo a Cemig, foi notório durante o governo Zema uma contínua terceirização dos serviços em postos locais da prestadora, seguido do fechamento do atendimento em pequenos municípios. A piora geral nos serviços é colocada como justificativa para a privatização, mesmo sendo uma empresa lucrativa. Por fim, temos como resultado das privatizações sempre algo em comum: o aumento das tarifas.

Durante nossa organização, as maneiras de permitir materialmente a participação das mulheres também deve ser bem observada. Trata-se de promover espaços em que existam cirandas educativas e cozinhas coletivas e em que as tarefas entendidas como individuais passem a ter um caráter coletivo. O sentido de coletivizar as atividades ligadas ao trabalho doméstico e de cuidados na sustentação da vida é fundamental para que o entendimento das necessidades humanas em sociedade guie as lutas para um sentido coletivo na preservação e construção dos bens comuns. A água, a energia, o solo, a educação, não são mercadorias e devem ser defendidos e disputados por nós. Mãos à obra!

* Mahara Jneesh é militante do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Editado por: Leonardo Fernandes
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Efeito estufa

Brasil pode zerar emissões até 2040, diz Carlos Nobre

AMPLIAR O CONGRESSO?

Dos 12 deputados da Paraíba, só um votou contra projeto que amplia número de cadeiras na Câmara dos Deputados

FALTA DE SEGURANÇA

Morte de passageiro em metrô é resultado da privatização da Linha 5-Lilás, diz presidenta do Sindicato dos Metroviários de SP

Economia Solidária

Festa de Dia das Mães da Economia Solidária acontece neste sábado (10), em Curitiba

Fuga ou negociação?

Opositores deixam embaixada da Argentina em Caracas e chegam aos EUA

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

No Result
View All Result
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Radioagência
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.