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Mortalidade infantil atinge mínimo histórico, mas quase 5 milhões de crianças morrem por ano no mundo

No Brasil, número de mortes de crianças em 2022 foi quase cinco vezes menor que o registrado em 1990

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Acesso às vacinas ajudou a reduzir a mortalidade infantil pelo planeta - Aizar Raldes/AFP

A mortalidade infantil atingiu um mínimo histórico no mundo, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, ainda há 4,9 milhões de mortes de crianças com menos de cinco anos de idade todos os anos no planeta.

Segundo o levantamento, as mortes anuais nessa faixa etária em 1990 eram 12,8 milhões. Dez anos mais tarde, em 2000, foram 9,9 milhões. Os 4,9 milhões são referentes a 2022, último ano em que houve a aferição junto a serviços de saúde de países de todos os continentes. Vale destacar que, nos levantamentos anteriores, o número de países que divulgaram os dados foi menor, o que pode indicar subnotificação dos dados dos dois primeiros levantamentos.

Os dados foram divulgados pelo Grupo Interagências das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil (UN-IGME, na sigla em inglês), que destaca uma queda de 51% nos índices de mortalidade infantil pelo mundo desde o ano 2000, com destaque para resultados obtidos por países que estão entre os mais pobres do planeta, como Camboja, Malawi, Mongólia e Ruanda – todos com quedas acima de 75% na estatística.

"Por trás destes números estão as histórias de parteiras e de profissionais de saúde qualificados que ajudam as mães a dar à luz os recém-nascidos em segurança; de profissionais de saúde que vacinam e protegem as crianças contra doenças mortais; e de agentes de saúde comunitários que fazem visitas às casas para apoiar as famílias e garantir o apoio adequado à saúde e à nutrição para as crianças", apontou a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell.

Os dados sobre o Brasil mostram uma queda de quase cinco vezes entre 1990 – quando eram registradas 63 mortes de crianças até cinco anos a cada 1.000 nascimentos – e 2022 – quando o mesmo índice chegou a 14. Já no ano 2000, eram 35 mortes a cada 1.000 nascimentos.

Apesar do progresso, a ONU aponta que ainda há um longo caminho a percorrer para reduzir as perdas de vidas de crianças e jovens. Além dos 4,9 milhões de mortes até os cinco anos de idade, a organização contabilizou 2,1 milhões de mortes de pessoas entre 5 e 24 anos, sendo a maioria nos países da África subsaariana e no sul da Ásia.

As principais causas dessas mortes são evitáveis. Entre elas estão os partos prematuros; complicações no momento do parto; e doenças como pneumonia, diarreia e malária. Por isso, é necessário mais investimento em cuidados primários de saúde; reforço em vacinações; apoio à amamentação; e de garantia de diagnóstico e tratamento dessas doenças.

Além disso, a própria ONU alerta que não foram feitos ajustes nos estudos para questões relacionadas à mortalidade por covid-19, que demanda monitoramento adicional. Os números podem ser atualizados quando novos dados estiverem disponíveis, especialmente os relativos ao último ano da série (2022).

Edição: Thalita Pires