GAZA

Seis meses de massacre: Netanyahu afirma que 'não haverá cessar-fogo sem a libertação dos reféns'

Neste domingo (7), o número de palestinos mortos em ataques israelenses desde 7 de outubro chegou a 33.175

São Paulo (SP) |
Atos tomaram as ruas de Tel Aviv neste sábado (6) pedindo a renúncia do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu - JACK GUEZ / AFP

No dia em que o conflito entre Israel e Hamas completa seis meses, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez uma reunião de gabinete na qual afirmou que "não haverá cessar-fogo sem a libertação dos reféns" e que o país "está preparado para um acordo, mas não está preparado para se render". Netanyahu também disse que Israel está a "um passo da vitória".

As falas acontecem um dia após dezenas de milhares de israelenses saírem as ruas pedindo a renúncia de Netanyahu. O maior ato aconteceu em Tel Aviv - segundo organizadores, 100 mil pessoas participaram da manifestação, entoando as palavras de ordem "eleições agora". Outra manifestação massiva já havia acontecido no sábado anterior (30).

:: Das 63 palestinas que Israel mata por dia em Gaza, 37 são mães, diz ONU ::

Parentes de reféns participaram dos atos. Segundo o governo israelense, 129 sequestrados ainda estão em Gaza, incluindo 34 reféns que provavelmente já morreram. No sábado (6), as Forças de Defesa de Israel recuperaram o corpo do fazendeiro Elad Katzir na cidade de Khan Younis. Este é o 12º corpo de refém que o exército israelense conseguiu recuperar desde 7 de outubro.

O jornal inglês The Guardian noticiou neste domingo (7) que um integrante do governo israelense afirmou que o país irá participar de uma nova rodada de negociações no Cairo.

:: Como decisões históricas europeias resultaram na tensão entre Israel e Palestina; ouça análise ::

Resolução da ONU é descumprida

No dia 25 de março, o Conselho de Segurança da ONU aprovou um cessar-fogo imediato durante o período do Ramadã - o mês sagrado dos muçulmanos deve terminar entre os dias 9 e 10 de abril. Todos os países-membro votaram a favor da resolução, com exceção dos Estados Unidos, que se abstiveram. Isso marcou uma mudança de posição importante do país, que é o principal aliado de Israel - até então, os EUA tinham vetado todas as resoluções para interromper as agressões em Gaza.

Apesar da decisão do Conselho, Israel manteve os ataques contra Gaza. Na última segunda-feira (1º), bombardeios israelenses mataram sete integrantes da ONG World Central Kitchen, que distribui alimentos na Faixa de Gaza. Os ataques foram duramente criticados, inclusive pelo presidente estadunidense, Joe Biden. Os integrantes da ONG estavam em carros com o logo da organização no teto, o que levou seu fundador, o chef espanhol José Andrés, a afirmar que se tratou de um ataque intencional. Netanyahu rechaçou a acusação, e afirmou que esse tipo de situação "acontece em uma guerra". 

Neste domingo, o número de palestinos mortos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro chegou a 33.175, de acordo com o Ministério da Saúde local. Somado aos 1.170 mortos do lado israelense, são 34.345 mortos em seis meses.

Também neste domingo, Israel lançou novos ataques ao leste do Líbano, com alvo em locais de infraestrutura do Hezbollah. Desde o início do conflito, acontecem trocas de tiros na fronteira entre os dois países, o que ocasionou o deslocamento de 90 mil libaneses e 96 mil israelenses que viviam em áreas fronteiriças.  

  

Edição: Raquel Setz