Cerca de 500 mil palestinos foram deslocados de suas casas na Faixa de Gaza desde o fim do cessar-fogo e a retomada das operações militares israelenses, disse nesta quarta-feira (16) uma porta-voz do secretário-geral da ONU.
“Nossos parceiros humanitários estimam que, desde 18 de março, cerca de meio milhão de pessoas foram deslocadas pela primeira vez ou novamente”, declarou Stéphanie Tremblay.
Quase todos os mais de dois milhões de habitantes do território palestino já haviam sido deslocados antes do cessar-fogo.
O exército israelense anunciou nesta quarta-feira (16) que transformou cerca de 30% da Faixa de Gaza em “zona de segurança”, uma área de amortecimento onde a população palestina não pode viver. Existem “zonas de segurança” controladas por Israel entre o sul e o norte do enclave, bem como entre as cidades de Rafah e Khan Younis, ao sul.
No comunicado, o exército indicou também que havia atacado cerca de 1.200 “alvos terroristas” pelo ar e realizado mais de 100 “eliminações seletivas” desde a retomada de sua ofensiva no território palestino em 18 de março, após uma trégua de dois meses.
Uma fonte do Hamas declarou à rede Al Jazeera que qualquer acordo de cessar-fogo em Gaza deve incluir uma retirada israelense completa de Gaza e informou que o grupo está analisando uma proposta israelense, transmitida pelo Egito, para um possível cessar-fogo e que responderá “assim que possível”.
O novo plano supostamente inclui um cessar-fogo temporário de 45 dias e a entrada de alimentos e abrigo em troca da libertação de metade dos prisioneiros que permaneceram em Gaza na primeira semana.
O Hamas disse que a libertação dos detidos “continuará sendo nossa prioridade máxima” em um acordo de cessar-fogo “em reconhecimento aos seus sacrifícios e firmeza”.
O grupo disse que considera Israel “totalmente responsável” pelas vidas dos palestinos “sequestrados” de Gaza desde o início da guerra em outubro de 2023, bem como de todos os palestinos detidos pelo país.
“Apelamos às organizações humanitárias e de direitos humanos para que exponham os crimes da ocupação contra os prisioneiros palestinos em toda a Cisjordânia e Jerusalém, e aqueles sequestrados da Faixa de Gaza, e para que trabalhem para processar os perpetradores em tribunais internacionais, e para que tomem medidas eficazes para pressionar pela libertação imediata de todos os prisioneiros”, disse o Hamas.
*Com AFP e Al Jazeera