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Julho das Pretas

Deputada Laura Sito entrega a personalidades negras a Medalha Preta Rosa na Assembleia Legislativa do RS

Uma das homenageadas será Jeanice Dias Ramos, comatuação em entidades do Jornalismo, Museologia e Biblioteconomia

09.jul.2025 às 11h02
Porto Alegre (RS)
Eugênio Bortolon
Deputada Laura Sito entrega a personalidades negras a Medalha Preta Rosa na Assembleia Legislativa do RS

Jeanice Dias Ramos recebe o reconhecimento por uma vida dedicada às causas de um povo que sofre constantes preconceitos e discriminações - Foto: Beto Rodrigues


A deputada estadual petista Laura Sito homenagerá dezenas de mulheres negras com a Medalha Preta Rosa no mês de julho. A iniciativa acontecerá no dia 23 de julho na Assembleia Legislativa e objetiva reconhecer o protagonismo de mulheres negras em diversas áreas de atuação.

As mulheres negras representam mais de 50 cidades do Rio Grande do Sul, em uma celebração da força, inteligência e competência de mulheres que seguem movendo as estruturas sociais a partir de seus territórios. A premiação contempla diversas áreas de atuação, como política, cultura, segurança pública, academia, educação, saúde e trabalho social.

A entrega da Medalha Preta Rosa integra as atividades do Julho das Pretas, agenda nacional de mobilização em torno do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. A ação propõe uma reparação simbólica e política, reafirmando o compromisso do mandato com a valorização das trajetórias negras no presente.

Segundo a deputada, a medalha é mais do que uma honraria individual. Trata-se de uma afirmação política de que as mulheres negras estão no centro das transformações sociais, mesmo quando o poder tradicional tenta apagar essas histórias. Preta Rosa, afirma a parlamentar, é símbolo da insurgência negra no sul do Brasil, mas também espelho de tantas mulheres que hoje resistem, criam caminhos, cuidam de suas comunidades e constroem o futuro.

O nome da medalha é inspirado em uma figura real da história do RS. Preta Rosa (na época escrita com a letra z) foi uma mulher negra escravizada, guerreira do quilombo de Manoel Padeiro, durante a década de 1830, no sul do estado. Atuava como combatente armada e estrategista, chegando a se vestir como homem para circular entre os espaços de poder e obter informações valiosas. Comparada à Rainha Jinga de Angola, foi morta em combate com os capitães do mato a mando dos charqueadores escravistas, no dia 16 de junho de 1835 e se tornou símbolo da resistência e da coragem negra e feminina.

Jornalista

Uma das homenageadas pela deputada Laura Sito é a jornalista, museóloga e bibliotecária negra de Porto Alegre, Jeanice Dias Ramos. Ela recebe o reconhecimento por uma vida dedicada às causas de um povo que sofre constantes preconceitos e discriminações. “Já foi pior, hoje a sociedade, de uma maneira geral, está mudando lentamente suas concepções nesta questão. Está um pouco mais democratizada”, diz.

Jeanice integra diversos grupos de atuação em favor dos negros. Um dos mais relevantes é a revista Tição, como jornalista responsável. A edição de julho está quase pronta e abordará a situação da mulher negra em todas as atividades. Nas suas três formações universitárias fez e foi muita coisa. Atuou na Secretaria de Educação e Cultura (SEC), Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), Fundação Educacional Padre Landell de Moura (Feplan), INSS nos primeiros governos Lula, Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM), Casa da Cidadania do Estado (hoje extinta), entre outras assessorias, além da Rádio Guaíba e SBT, como repórter.

Como repórter do SBT passou um dos maiores constrangimentos da sua carreira de jornalista. “Fui barrada por uma recepcionista que não acreditava na existência de uma repórter negra. Achava que a nossa condição era para fazer outras coisas. Foi triste. Mas, ao final da história, deu tudo certo, não me entreguei e fui em frente”, recorda.

Jeanice é múltipla. Tem sempre agenda cheia, a maioria pelo prazer de estar fazendo alguma coisa e não para eventuais ganhos financeiros. Participa de grupos afro-brasileiros de várias tendências e de várias lutas e objetivos. Ajudou a criar o Projeto Percurso dos Negros de Porto Alegre, a Liga dos Canelas Pretas, participou, como representante do Sindicato dos Jornalistas Profissionais (Sindjors), no Conselho Municipal do Desenvolvimento Urbano e Ambiental, que trata, entre outros coisas, do Plano Diretor.

Também está no Movimento Negro Coletivo dos Artistas, na Sociedade dos Escultores, além de várias confrarias de todos os tipos e finalidades (entre elas, a chamada Bagassas, que reúne jornalistas e escritores experientes, para discutir problemas da atualidade).

Já foi casada, por oito anos, com o jornalista e escritor Marco Celso Huffel Viola, com quem teve um filho (Alexandre). Tem duas netas (Maya e Nina), que moram em Florianópolis. Não bastasse tantos afazeres, Jeanice cuida ainda da mãe, quase centenária, mas com boa saúde.

Jeanice já foi até modelo, uma situação que viveu na sua juventude. “Fui a primeira negra a trabalhar neste mundo de passarelas. Também foi o meu primeiro trabalho. Me dei bem, mas não era meu mundo”, recorda. Depois foi para “outros universos” e descobriu a vida, as atividades de outros movimentos, e se transformou em lutadora combativa e participante de várias atividades ligadas às suas profissões e aos movimentos negros.

Início de carreira como modelo | Foto: Alfonso Abraham

Ela enfrenta as questões de racismo com altivez e personalidade. “Não me micho (ou não me entrego), estou calejada, eventuais insinuações não me atingem mais, sempre quebrei as barreiras que foram aparecendo, as bolhas foram quebradas, vou a qualquer lugar, sem medo de nada. Teve uma época que era a única expectadora negra de um espetáculo no Theatro São Pedro. Hoje, isso não existe mais. As coisas estão mudando, mas não acabaram. É preciso ter consciência desta realidade. Precisamos continuar lutando”, afirma.

Homenagem

As comemorações do Julho das Pretas de 2025, um mês de celebração e luta da força política das mulheres negras no Brasil, América Latina, Caribe e Diáspora Africana, terá como tema “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver“. Este tema está alinhado com a mobilização para a Marcha Global de Mulheres Negras, que acontecerá em 25 de novembro em Brasília. O Julho das Pretas busca visibilizar as ações construídas nos territórios e fortalecer a luta contra o racismo e a desigualdade, segundo informa o Google.

O Julho das Pretas é uma iniciativa importante para dar visibilidade e fortalecer a luta das mulheres negras no Brasil, promovendo um espaço de debate, ação e resistência contra o racismo e a desigualdade.

Ao resgatar a memória de Preta Rosa e vinculá-la ao presente, a Medalha conecta passado e futuro. Celebra a luta de uma heroína invisibilizada e projeta a força de centenas de mulheres negras que seguem transformando o Rio Grande do Sul, muitas vezes sem reconhecimento algum. Em 2025, suas histórias ganham visibilidade e reverência, não apenas como forma de justiça simbólica, mas como parte fundamental da construção e reconstrução do estado. Mais do que uma cerimônia, a entrega da Medalha Preta Rosa representa um gesto coletivo de reparação, memória e reconhecimento.

Deputada

A deputada estadual Laura Sito é mãe do Pedrinho, jornalista, servidora municipal de Porto Alegre, onde é presidenta do Partido dos Trabalhadores. sendo a deputada estadual mais jovem e a primeira mulher negra deputada. Tem 34 anos.

Criada na periferia, começou a sua luta aos 13 anos no movimento negro e no movimento estudantil. Aos 30 anos, tornou-se a vereadora mais jovem e a primeira mulher negra eleita pelo PT de Porto Alegre, integrando a histórica Bancada Negra da cidade. É presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

Como parlamentar e militante, tem destaque na luta contra a fome e a pobreza. Construiu uma rede de 13 cozinhas comunitárias em Porto Alegre e representa o Brasil na Frente Parlamentar de Combate à Fome na América Latina e Caribe da FAO da ONU.

Laura também dá centralidade à luta das mulheres e à pauta do maternar (ato de exercer a função da maternidade). Também mantém prioridade na defesa de políticas de geração de renda para as mulheres e para o povo negro, de ações para o fortalecimento do afroempreendedorismo e dos agricultores, e de defesa dos serviços e servidores públicos.

Ela iniciou sua militância politica com 13 anos no Movimento Negro através de sua irmã Luanda Rejane Soares Sito e participou do movimento pela implementação de cotas na UFRGS. Ainda secundarista foi presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Júlio de Castilhos quando se destacou como liderança das manifestações pelo Fora Yeda que concentravam em frente ao Colégio Julinho. Nesta época se filiou ao Partido dos Trabalhadores se constituindo como uma das lideranças do PT no país.

À frente do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, a dupla de jornalistas negras Vera Daisy Barcellos e Jeanice Dias Ramos iniciou processo de transição em outubro de 2023. Como patrimônio, são notáveis os feitos: publicações especializadas; eventos temáticos com perfil nacional e internacional, sediados em Porto Alegre; defesa da institucionalização da pauta na Fenaj e em outros sindicatos, além de teses antirracistas em congressos de jornalistas e aporte a documentos da categoria com recorte raça/cor.

Ajudou a lançar a iniciativa Digitais Pretas Summit, que tem como objetivo fomentar o afroempreendedorismo e o empoderamento de mulheres pretas.

A deputada Laura Sito destaca a importância de debater o afroempreendedorismo levando em consideração que a maioria das pessoas negras são as que empreendem por necessidade e não por oportunidade. “E nós, mulheres negras, temos centralidade neste debate porque somos a maioria das chefes de família, somos as responsáveis pela organização econômica das nossas famílias e a maioria da população.”

*Com informações da Assessoria de Imprensa da deputada Laura Sito.

Editado por: Vivian Virissimo
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