O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (28) que pode reduzir o ultimato feito a Moscou sobre o cessar-fogo na Ucrânia para 10 a 12 dias. Anteriormente, ele havia declarado que se em 50 dias não houvesse avanços de paz, Washington aplicaria tarifas contra a Rússia e seus parceiros comerciais.
A declaração aconteceu após uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na Escócia. Trump disse que pretendia encurtar o prazo de 50 dias que havia dado anteriormente à Rússia para resolver o conflito na Ucrânia.
“Vou estabelecer um novo prazo, daqui a uns 10 ou 12 dias. Não há motivo para esperar. Eu queria ser generoso, mas simplesmente não estamos vendo nenhum progresso”, disse Trump.
O presidente dos EUA disse estar “decepcionado” com o presidente russo, Vladimir Putin. Em 14 de julho, Trump ameaçou aplicar tarifas de 100% sobre as importações russas e produtos de seus parceiros comerciais. Trump também prometeu retomar o fornecimento de armas para Kiev às custas dos aliados europeus da Otan.
Segundo Trump, ele discutiu a questão de um cessar-fogo na Ucrânia com Vladimir Putin mais de uma vez. “Achávamos que tínhamos tudo resolvido, mas (a Rússia) começou a lançar mísseis contra algumas cidades, como Kiev”, disse o chefe da Casa Branca.
O Kremlin afirmou que considera a declaração de Trump “muito séria”. “Há algo nela que é dirigido pessoalmente ao presidente Putin. Certamente precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington e, se e quando o presidente Putin julgar necessário, certamente comentará”, disse Dmitry Peskov.
Kremlin não exclui encontro entre Trump e Putin
Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não descartou que possa acontecer um encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump na China, caso os dois líderes estejam na mesma cidade. Ambos os presidentes são esperados na China no final de agosto para participar das comemorações do 80º aniversário da vitória chinesa sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial.
Segundo Dmitry Peskov, não há preparativos substanciais sendo feitos para o encontro, visto que não há contatos acordados sobre o assunto.
“Se acontecer de o presidente dos EUA decidir também visitar a China nas mesmas datas, então, é claro, tal encontro não pode, teoricamente, ser descartado se os chefes de Estado estiverem na mesma cidade. Mas, por enquanto, repito, não há desenvolvimentos ou ações específicas sendo tomadas para a preparação”, disse Peskov.
Em 22 de julho, Trump admitiu a possibilidade de se encontrar com Putin durante sua viagem à China, acrescentando que Washington em breve tomará “decisões relevantes” sobre o assunto. Já o assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, confirmou que Putin visitaria Pequim, onde se encontraria com Xi Jimping em 2 de setembro.