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Guerra psicológica

Suposto ataque a barco com drogas é narrativa ‘mal feita’ dos EUA para justificar escalada contra Venezuela, diz professor

Para professor da universidade militar venezuelana, governo Trump amplia guerra psicológica contra Maduro

04.set.2025 às 11h40
Caracas (Venezuela)
Lorenzo Santiago
Suposto ataque a barco com drogas é narrativa ‘mal feita’ dos EUA para justificar escalada contra Venezuela, diz professor

Resultado, até agora, foi mobilização de apoiadores do governo em torno da defesa do território - Federico PARRA / AFP

O suposto ataque a uma lancha divulgado pela Casa Branca foi o único resultado de 21 dias de operação militar estadunidense no sul do Caribe. Os EUA criaram uma expectativa em torno do deslocamento de 4.200 militares em 7 navios para a região, mas divulgaram um vídeo cuja veracidade foi questionada pelo governo venezuelano.

O chefe do programa de mestrado de História Militar da Universidade Militar Bolivariana de Venezuela, Henry Navas Nieves, entende que a construção narrativa pelo governo dos EUA foi “mal feita” e que o objetivo dos EUA é justificar uma escalada da tensão na região.

“Há uma construção de um fato questionável feito para justificar essa escalada dentro da Venezuela. O governo dos EUA começou há algumas semanas nesse conjunto de elementos para criminalizar o governo venezuelano. Mas agora eles somam o Trem de Aragua. Então estamos vendo uma enorme construção de um falso dispositivo que, nesse caso, foi muito mal feito” disse ao Brasil de Fato. 

Com a desculpa de combater o tráfico de drogas na região, os Estados Unidos ameaçaram realizar ataques diretos contra a Venezuela com o envio de navios militares para o sul do Caribe. Mesmo sem anunciar uma operação específica no país, a Casa Branca vinculou a ação à Venezuela e disse que o governo de Nicolás Maduro chefia o tráfico na região.

O vídeo divulgado nesta semana foi acompanhado por declarações do governo estadunidense afirmando que 11 pessoas morreram no ataque, que a lancha vinha da Venezuela e carregava “muita droga”. A resposta veio pelo ministro das Comunicações venezuelano, Freddy Ñáñez. Ele afirmou que o vídeo foi feito com Inteligência Artificial e que não há provas do ataque contra a embarcação venezuelana.

Também sem demonstrar qualquer comprovação, Trump vinculou o carregamento com o grupo criminoso venezuelano Trem de Aragua.

Guerra psicológica

A temperatura morna da operação deixa alguns sinais claros da Casa Branca na gestão da política interna e externa. O primeiro deles é a guerra psicológica que o país tenta promover na Venezuela. A rivalidade com o governo Maduro já tinha se expressado no primeiro mandato com o aumento das sanções contra Caracas, mas agora a pressão aumentou e Washington tem estimulado uma série de ameaças militares.

Primeiro aumentou a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões. Depois, anunciou o deslocamento dos navios militares e, por último, disse que iria com “força total” contra a Venezuela.

Ao Brasil de Fato, analistas afirmam que tudo isso busca aumentar a pressão sobre o país latino e gerar ansiedade e medo na população. Por enquanto, esse tem sido o único resultado conquistado pelos estadunidenses. O governo chavista tentou passar tranquilidade nos discursos oficiais nos primeiros dias, mas, com o aumento da tensão, o próprio presidente fez um discurso para falar sobre as ameaças. 

Maduro chegou a dizer que há 1.200 misseis “apontados para a cabeça dos venezuelanos” e que um avanço das tropas estadunidenses elevaria a tensão para um “conflito armado”. Isso reverberou ao longo da semana e acendeu o sinal de alerta para a população. Ainda que o ceticismo sobre um intercurso militar estadunidense predomine, muitos venezuelanos já começaram a questionar os limites dos EUA nessa operação.

Militares ouvidos pelo Brasil de Fato entendem que a movimentação não só acendeu a luz vermelha nas Forças Armadas venezuelanas, mas também teve que fazer com que o comando militar preparasse uma série de iniciativas na defesa territorial. A leitura de setores do militarismo é de que o vídeo divulgado foi um passo “ruim” dos EUA por provocar uma “agressão simulada”. 

Esse setor entende que, mesmo com essa ameaça para a região, Trump ainda tentou manter a linha de que não está desrespeitando a soberania de nenhum país por reforçar que o barco foi abatido em águas internacionais. A reportagem ouviu dos militares que é “muito difícil” calcular os passos seguintes dos EUA, mas que há um plano de defesa “bem consolidado”.

A guerra psicológica foi promovida pelos EUA em diferentes frentes. Nieves entende que um dos principais responsáveis por inflar a tensão em torno de um conflito militar foram as agências de notícias internacionais, que divulgaram informações “difusas” de fontes da Casa Branca.

“É importante destacar a participação de grandes meios de comunicação internacional, que agora tem a Reuters como ponta de lança para inflar algumas situações. Eles deram diversas datas para a chega dos navios que não se cumpriram. O governo venezuelano respondeu de maneira apropriada quando sinalizou que Trump fica em uma situação complicada”, afirmou.

Ele faz referência a uma disputa interna no governo dos EUA que está sendo explorada pelo governo venezuelano. Maduro fez questão de separar Trump do secretário de Estado, Marco Rubio. A estratégia de Caracas é mostrar que há um diálogo com a Casa Branca, mas que um setor do governo estadunidense tenta prejudicar a comunicação entre os países.

Diálogo aberto

O governo venezuelano entende que há dois canais de comunicação bem estabelecidos. Um é com o diplomata John McNamara, que é um dos interlocutores estadunidenses com o chavismo. Ele foi responsável por negociar a troca dos venezuelanos presos em El Salvador por 10 estadunidenses que estavam detidos na Venezuela por trabalharem em “planos terroristas”. 

O outro meio seria com o enviado especial Richard Grenell. Ele esteve em Caracas em fevereiro para tratar com Maduro sobre o envio de deportados venezuelanos que deixariam os EUA na política de deportações em massa. 

Segundo o presidente venezuelano, esses dois canais permanecem abertos e quem tem tentado tensionar a relação com os venezuelanos é Marco Rubio. Maduro disse que a ideia de Rubio é atacar a Venezuela e “sujar as mãos de Trump de sangue”. 

Para o cientista político William Serafino, da Universidade Central da Venezuela, há uma divisão interna clara entre uma ala mais pragmática que topa negociar com a Venezuela e é liderada por Grenell. Outro setor extremista seria encabeçado por Rubio, que quer atender aos interesses da extrema direita latino-americana que vive em Miami e que compõe o núcleo duro do eleitorado do secretário de Estado. Ele foi eleito como senador por quatro mandatos. 

“O vídeo deixa claro aquilo que apontamos dentro dessa disputa interna nos EUA. A ideia é satisfazer os grupos mais extremistas dentro do Partido Republicano, que pressionam pelo uso da força contra a Venezuela. Falta entender até onde Trump vai ceder para esse grupo”, disse ao Brasil de Fato.

O argumento do chavismo é de que Rubio vence essa disputa interna, mas que o efeito disso ainda é limitado. 

Para o advogado e especialista em economia política Juan Carlos Valdez, a tática usada por esse grupo é ampliar a pressão contra o governo Maduro e ameaçar um ataque militar que ainda não está no horizonte dos EUA.

“Os EUA estão inicialmente aplicando uma tática de intimidação, usando falsos positivos e outras ações como parte de uma operação psicológica massiva. Eles buscam desmoralizar e amedrontar os venezuelanos. Como já aconteceu antes, os efeitos desejados não estão se materializando; pelo contrário, estão alcançando uma reunificação do povo venezuelano em torno da defesa do país como um todo”, afirmou ao Brasil de Fato.

A unificação dos venezuelanos foi estimulada pelo próprio governo. Maduro convocou um alistamento em massa para a Milícia Nacional Bolivariana e disse que o resultado foi exitoso. O número de voluntários saltou de 4,5 milhões para 8,2 milhões no que é considerada uma Força Armada popular. 

Ajuda de fora

Outra resposta do governo venezuelano vem do apoio externo. Se o discurso internamente era de manter a calma, para outros países, a Venezuela adotou a linha de denunciar as ameaças desde o princípio. O respaldo mais contundente veio da Colômbia. O governo de Gustavo Petro tem reforçado a ameaça que a presença desses navios representa para toda a região. 

O governo brasileiro também vê o movimento dos EUA com preocupação. Para os dois vizinhos, ataques diretos contra a Venezuela representariam um “desastre” em diferentes aspectos. Primeiro pelo aumento exponencial de migrantes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, cerca de 2,8 milhões de venezuelanos viviam no país no ano passado. Já o Censo de 2024 do Brasil indicava que 272 mil venezuelanos estavam em território brasileiro. 

A tendência é que esse número aumente muito em caso de conflito armado no país caribenho. Outras questões indicadas pelo governo dos dois países seriam problemas comerciais e turistico, já que uma parcela significativa do espaço aéreo e marítimo estaria interditado na região. 

A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba Movimentos) tem sido um dos principais articuladores de um apoio de movimentos populares à Venezuela. Na leitura da organização, a política de Trump tem como fim derrubar o governo castrista em Cuba, mas, para isso, precisa acabar com o principal ponto de apoio da ilha. 

“O vídeo tem a função de promover uma guerra psicológica. Existem diferentes tipos de ataque contra a Venezuela e esse é um capítulo mais nessa guerra com diferentes frentes. Nesse governo Trump, que só está no começo, o objetivo final na América Latina é derrotar Cuba. Mas para derrotar Cuba é preciso derrotar a Venezuela. Porque a Venezuela é hoje o principal ponto de apoio dos cubanos”, disse o secretário-geral da Alba-Movimentos, Giovani del Prete. 

Editado por: Nathallia Fonseca
Tags: brasilcolômbiadonald trumpestados unidoseuagustavo petromilitaresnicolas madurovenezuela
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