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Início Política

MORDE E ASSOPRA

Reorganização da extrema direita terá jogo de tensões envolvendo Tarcísio e Bolsonaro até eleições de 2026

Flávio Casimiro, autor de A nova direita, diz que Tarcísio terá que dosar discurso para empresariado e base bolsonarista

11.set.2025 às 12h57
Rio de Janeiro (RJ)
Juliana Passos
Reorganização da extrema direita terá jogo de tensões envolvendo Tarcísio e Bolsonaro até eleições de 2026

Discurso mais radical e próximo ao bolsonarismo pode prejudicar Tarcísio de Freitas em certos setores - Paulo Pinto/Agência Brasil

Se as análises são unânimes em apontar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe ao Estado Democrático, o futuro da extrema direita já não é tão claro.

Nesta entrevista ao Brasil de Fato, o professor e pesquisador do Instituto Federal do Sul de Minas Flávio Casimiro argumenta que a mobilização e as tensões políticas continuarão, sendo impulsionadas pelo voto do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, que absolveu o ex-presidente.

Casimiro destaca que o bolsonarismo transcende a figura do ex-presidente, sendo um movimento enraizado em interesses econômicos, religiosos e de segurança, com uma capacidade organizada de difundir narrativas e mobilizar suas bases, como visto nos eventos de 8 de janeiro.

A entrevista também explica como as big techs auxiliam na produção de consenso de posições extremistas. Finalmente, Casimiro analisa figuras como Tarcísio de Freitas como potenciais reorganizadores da extrema direita, capazes de avançar agendas como a privatização, que agradam a setores empresariais.

O professor é autor dos livros A nova direita: aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo (2018) e A Tragédia e a Farsa: a Ascensão das Direitas no Brasil Contemporâneo (2020), ambos lançados pela editora Expressão Popular.

Brasil de Fato: A expectativa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por articulação de um golpe contra o estado democrático abre a discussão sobre o futuro da extrema direita. Uma vez que todas as projeções indicam que haverá condenação, o que muda nesse cenário?

Flávio Casimiro: Eu penso que a estratégia da extrema direita vai ser de continuidade da mobilização e o combustível maior neste momento é o voto do ministro do Luiz Fux. Aliado a esses posicionamentos em relação ao [presidente Donald] Trump, aos Estados Unidos, a possibilidade de intervenção, tudo isso alimenta, de uma forma bastante significativa, essa mobilização. Agora, se a mobilização vai surtir o efeito que eles esperam, até que ponto essas discussões vão realmente mobilizar essa massa, mobilizar esse movimento, é que é complicado.

Essa parte ainda disputável de eleitorado, de público, que às vezes concorda com certas narrativas, às vezes discorda de outras, até que ponto essa faixa vai ser incorporada ou não diante das atuais situações? Essa aqui é uma grande questão. Isso que é o mais difícil de entender, porque se por um lado a gente vê uma narrativa sendo construída, por outro, os impactos que esses eventos estão gerando para, por exemplo, tanto para empresários, para trabalhadores, o risco por conta das tarifas, as perdas, tudo isso também gera de outro lado uma movimentação contrária, gera de outro lado algum tipo de afastamento dessa narrativa.

Então é um jogo de tensões. O que eu acho mais importante e que eu discordo drasticamente, é de interpretações em que a prisão de Bolsonaro vai implodir o bolsonarismo ou o tarifaço. Não serão as tarifas que vão desmobilizar toda essa base extremamente consolidada que acompanha, que reproduz os mesmos entendimentos e não vai ser a prisão de Bolsonaro que vai fazer com que a extrema direita bolsonarista perca o sentido.

Professor do Instituto Federal do Sul de Minas diz que voto de Fux será combustível para mobilização da extrema-direita | Arquivo Pessoal

O senhor lançou dois livros sobre a nova direita — o primeiro em 2018, no ano da eleição de Jair Bolsonaro, e o segundo em 2020, início da pandemia. Podemos dizer que os think tanks e as influências mapeadas influenciaram diretamente o governo?

No primeiro livro, tratei do avanço da direita no Brasil de maneira mais ampla. A pesquisa começa por volta de 2013, 2014, e se consolida em 2016, ainda antes de [o ex-presidente Jair] Bolsonaro ser eleito.

Até aquele momento, a extrema direita era um núcleo reduzido dentro das novas direitas, mas começa a se projetar a partir de 2014, com as mobilizações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff — na verdade, um golpe. Aquilo mobilizou a extrema direita, que passou a ganhar expressão.

Algumas organizações já tinham um discurso mais radicalizado, próximo de tendências internacionais da extrema direita, com traços fascistizantes. O Instituto Liberal, por exemplo, foi se radicalizando ao longo do tempo. Já o [Instituto] Mises Brasil já tinha uma linha claramente próxima ao bolsonarismo, inclusive com vínculos com os filhos de Bolsonaro, que organizavam cursos sobre a escola austríaca de economia. Esses grupos se aproximaram do bolsonarismo de forma evidente e passaram a ser uma base importante de formação da nova extrema direita, principalmente após a posse de Bolsonaro.

O que é importante destacar é que o bolsonarismo é maior que o Bolsonaro. Apesar de ser personificado nele, trata-se de um movimento com representatividade político-teórica, conectado a interesses econômicos e corporativos. Possui uma capacidade significativa de difusão, organização e mobilização.

Essa base envolve forças de segurança, movimentos religiosos mais radicalizados — como pentecostais e neopentecostais — mas não apenas isso. Estamos falando de um discurso conectado a interesses econômicos, como o agronegócio. O apoio desses setores ao movimento não é apenas discursivo, mas vinculado à lógica da acumulação.

Quem viabiliza, por exemplo, a expansão da fronteira agrícola sobre áreas protegidas ou terras indígenas? É a extrema direita. E enquanto ela continuar garantindo essa viabilidade, continuará sendo sustentada por esses setores.

Em que medida podemos relacionar o atentado de 8 de janeiro com uma ação articulada da nova direita?

Em termos de think tanks e organizações diretamente envolvidas, não houve nenhuma assumindo publicamente a liderança dos atos. No entanto, essas organizações construíram a base: difundiram valores, estruturaram plataformas, lançaram candidaturas e personalidades da extrema direita. Isso tudo gerou capilaridade e criou uma rede de comunicação e mobilização.

É uma comunicação difusa, mas com núcleos concentrados de produção de discurso. Pode parecer espontânea, mas há produtores de conteúdo intencionalmente organizando essas narrativas. Exemplos disso são o “gabinete do ódio” e outros mecanismos de produção de conteúdo político.

A extrema direita é uma das expressões possíveis da nova direita brasileira. Trata-se de um projeto de hegemonia que se consolidou — mas poderia ter sido outro. São rearranjos estratégicos que vão se adaptando às lutas e conjunturas concretas.

O movimento do 8 de janeiro se relaciona com essa capacidade da extrema direita de mobilizar sua base, desafiar as instituições e até tentar uma ruptura institucional. Isso é extremamente significativo.

Para falar da nova direita, o senhor usa muito a expressão “estruturas de formação de consenso”. Para um público geral, como o senhor definiria o termo?

Quando uma narrativa — como a de que vivemos sob uma ditadura do Judiciário — começa a ganhar espaço, não é porque as pessoas passaram a acreditar do nada.

Existem mecanismos capilarizados de difusão e reprodução dessa narrativa: blogs, redes sociais, grupos familiares, páginas diversas. As pessoas acompanham esses canais, concordam com parte do discurso, e passam a reproduzi-lo.

A disputa pela regulação das big techs está relacionada a isso: à responsabilização por narrativas falsas ou manipuladas, disseminadas sem controle. As estruturas de formação de consenso são justamente esses mecanismos que massificam certas narrativas, a ponto de torná-las verdades socialmente aceitas.

Muitas vezes, ao tentar verificar se uma informação é verdadeira, a pessoa é bombardeada com a mesma narrativa, replicada de formas diferentes por diversas fontes, inclusive think tanks. Isso gera a ilusão de verdade, uma sensação de que aquilo é amplamente aceito — quando, na verdade, é apenas bem distribuído e repetido.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, subiu o tom no 7 de setembro e fez acenos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse posicionamento pode levá-lo a perder apoio dentro da própria direita?

Acredito que ele continuará no morde e assopra — tentando manter um equilíbrio instável. Um discurso mais radical e próximo ao bolsonarismo pode prejudicá-lo em certos setores. Por outro lado, sua política privatista, como governador, agrada o empresariado e o setor financeiro, que veem nele uma oportunidade de negócios.

Tarcísio representa uma ameaça real do ponto de vista da reorganização da extrema direita porque tem mais capacidade técnica e institucional de entregar o que Bolsonaro não conseguiu — como a ampliação das privatizações. Ele representa um potencial de desmonte muito grande e de abertura de mercado para a burguesia. No entanto, ele dosará esse movimento, porque sabe que, se romper com Bolsonaro antes da hora, perde o núcleo duro do bolsonarismo.

O deputado Eduardo Bolsonaro está nos EUA articulando o tarifaço com o governo Trump. Qual a dimensão dessa articulação?

Ainda não há materialidade suficiente para medir a profundidade desses laços. O que sabemos é que o modus operandi da extrema direita brasileira é inspirado no modelo norte-americano.

A forma como a direita se organizou nos EUA, expandiu suas narrativas e viabilizou um projeto de poder — tudo isso serviu de modelo para Eduardo Bolsonaro e outros líderes da extrema direita brasileira.

As conexões são programáticas, ideológicas e estratégicas. A relação de Bolsonaro com Trump é parte disso. Inclusive, combater aqui punições a práticas antidemocráticas também serve para evitar que algo semelhante se consolide nos EUA, contra Trump.

Não se trata apenas de afinidade ideológica ou escuta mútua — é uma relação funcional. Se aqui houver uma punição exemplar, pode-se criar um precedente institucional que Trump prefere evitar lá.

Editado por: Vivian Virissimo

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