A prefeitura de Cascavel, no oeste do Paraná, pretende pagar o reajuste inflacionário aos servidores municipais em 12 parcelas de pouco mais de 1%. A proposta é começar o pagamento em outubro de 2022 e terminar só em setembro de 2023.
Os salários precisam receber 12,47% de reajuste para repor as perdas diante do aumento da inflação. Em contraproposta, os servidores públicos municipais demandam o pagamento do valor total, sem parcelamento.
Leia também: "Trabalhe duro e não encha o saco”: palestra para servidores gera críticas em Cascavel (PR)
Em protesto realizado no sábado (2), servidores defenderam que o reajuste é um direito dos trabalhadores. Para os manifestantes, a proposta da prefeitura é um "descaso com quem presta serviço público na cidade."
"Queremos o reajuste para repor a inflação, repor o nosso poder de compra. Não é um aumento, não queremos ganhar mais. Queremos ganhar aquilo que ganhávamos, proporcionalmente, antes de iniciar a pandemia", pontuou Ricieri D'Estefani, presidente do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos de Cascavel (Sismuvel).
Além do parcelamento do reajuste, a prefeitura de Cascavel também propôs o pagamento de R$ 314,58 em vale alimentação direcionado exclusivamente para profissionais do Programa Saúde da Família (PSF). Na contraproposta dos servidores, há a demanda de pagamento de R$ 500 para todos os profissionais do município.
"Depois da tragédia da pandemia e da tragédia da inflação, a gente tem visto o peso sobre servidoras e servidores. Vocês [servidores] estão pagando o preço de toda a crise", afirmou a vereadora professora Liliam (PT), durante o protesto dos servidores.
Contraproposta em análise
A reportagem do Brasil de Fato Paraná entrou em contato com a prefeitura de Cascavel para saber se a contraproposta dos servidores pode ser acatada.
Por meio da Secretaria de Comunicação, a Secretaria de Planejamento e Gestão da prefeitura informou que "sempre mantém aberto o diálogo com os servidores" e que o ofício apresentado pelo Sismuvel "está em análise no Departamento de Gestão de Pessoas." "O próximo passo será deliberar com o Executivo, o que deve acontecer nesta semana", informa a nota.
