Todas as terças-feiras, o Brasil de Fato Paraná convida pré-candidatos e pré-candidatas aos cargos de deputados estaduais e federais e senadores para debater suas pautas e trazerem análises da atual conjuntura. A pré-candidata a deputada estadual pelo PT, Luciana Rafagnin, e o pré-candidato a deputado estadual pela Rede, Kretã Kaingang, falaram sobre suas bandeiras de luta, com destaque à luta por terra e moradia.
Luciana Rafagnin, atualmente exercendo seu segundo mandato na Assembleia Legislativa do Paraná, relembrou que sua origem é da agricultura familiar e, por isso, também uma das suas principais bandeiras de luta. “Comecei minha caminhada política na Pastoral da Juventude e logo na seqüência entrei no movimento sindical, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Francisco Beltrão. E lá eu tive uma caminhada na organização das mulheres agricultoras. Uma época em que as mulheres agricultoras ainda não tinham direito à aposentadoria e nem a licença maternidade”, conta. A deputada é também cientista política e foi vereadora por oito anos em Francisco Beltrão.
O líder indígena da Região Sul do Paraná, Kretã Kaingang, disse que sua pauta principal é o direito à terra. “Independente do governo que esteja no poder, de esquerda ou direita, estaremos lá fazendo a nossa resistência. O que nós precisamos entender é que os indígenas não estão disputando terra com os cidadãos, estamos lutando pela recuperação de um direito. Se hoje todas as terras reivindicadas fossem devolvidas não passa de 2% do território paranaense. O discurso de que vamos trazer prejuízo não é verdade, é racismo”, disse Kretã.
“Mês da revogação”
Para Kretã, é muito importante que o próximo presidente leve a pauta indígena como prioridade. “O ex-presidente Lula disse que, se eleito, levaria um indígena para um Ministério próprio para a causa indígena. E neste órgão centralizaria as secretaria que já existem, como a Secretaria da Saúde Indígena. É muito importante para a construção das políticas voltadas para o povo indígena e vai refletir pra toda a população. Fizemos um pedido para o Lula, que ele leve para o seu governo o mês da revogação e revogar tudo o que esse presidente genocida assinou”, explica.
Kretã anunciou sua pré-candidatura durante a 18ª Edição do Acampamento Terra Livre, em Brasília, mobilização organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), entidade da qual ele é coordenador executivo.
“Violência política inibe a participação das mulheres”
Luciana destacou que, atualmente, segue lutando pelos direitos das mulheres que sofrem retrocessos. “Quando a gente fala na questão das mulheres, é uma luta histórica, seja no campo social, político ou econômico. Ainda vivemos em uma sociedade patriarcal, que continua apresentando dificuldades e fazendo a luta não cessar", afirmou.
Para a pré-candidata, uma das pautas mais importantes de serem levantadas atualmente é a entrada e manutenção de mais mulheres em cargos políticos. "São vários tipos de violência que ocorre contra as mulheres. Uma delas é a violência política que inibe a participação das mulheres. Somos a maioria do eleitorado brasileiro, mas ainda inferiores nos cargos políticos. As mulheres sofrem violência também depois que já estão na política. Por isso, é preciso seguir lutando para mais mulheres em cargos de chefia, cargos nos legislativos e no executivo,” destacou.
Assista à íntegra do programa BdF Eleições no canal de YouTube do Brasil de Fato Paraná.