O transporte público voltou a ser interrompido em Natal na manhã desta quinta-feira (16), após a terceira noite seguida de ataques em ruas da capital e de outras cidades do Rio Grande do Norte. Segundo o último balanço da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed-RN), divulgado às 10h30, 66 pessoas já tinham sido presas desde o início da série de episódios violentos, na madrugada de terça-feira (14). Houve registros em mais de 30 cidades.
Serviços públicos, como atendimentos em unidades de saúde, também estão sendo afetados. Escolas e universidades de diversas cidades potiguares voltaram a ter as atividades suspensas. Desde quarta (15) o efetivo das forças de segurança foi reforçado por cerca de 200 agentes da Força Nacional. Não está descartado elevar esse número para cerca de 800, segundo o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino.
No fim da tarde de quarta-feira, o Ministério da Justiça autorizou o uso da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) no Rio Grande do Norte. Pelos próximos 30 dias, os agentes vão oferecer apoio logístico e supervisionar os órgãos de administração penitenciária potiguares, trabalhando junto aos serviços estaduais.
Apreensões
Dezenas de armas de fogo eartefatos explosivos foram apreendidos junto às pessoas presas, assim como dez galões de gasolina. Os grupos têm usado coquetéis molotov. Também houve apreensão de dinheiro, drogas e munições, além de produtos que tinham sido furtados.
Um homem acusado de comandar os ataques de dentro de um presídio de Salvador (BA) foi transferido para uma unidade penitenciária de segurança máxima em local não revelado, junto de três outros homens. Com eles, foram encontrados dois telefones celulares, que estavam escondidos dentro do chuveiro da cela. A transferência aconteceu na madrugada desta quinta.
:: Muita polícia é sinal da falta do Estado, diz Lula ao lançar programa de combate à violência ::
Na madrugada de quarta-feira (15), um homem que estava em João Pessoa (PB) e também era acusado de coordenar os ataques no Rio Grande do Norte foi morto pela polícia. Ele teria financiado e distribuído armas para grupos que promoveram a violência nas ruas de cidades potiguares.
Segundo o secretário de segurança pública do RN, Francisco Canindé de Araújo Silva, os episódios violentos dos últimos dias são uma estratégia de pressão ordenada por pessoas presas em busca de benefícios como aparelhos de televisão nas celas e visitas íntimas.
