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Suicídio

“Setembro Amarelo tem que estar aliado a políticas”, diz pesquisadora

O Brasil conta com 2.463 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para acolher mais de 200 milhões de pessoas

10.set.2018 às 21h28
Cecília Figueiredo
"Como a sociedade pode levar uma pessoa a tirar a própria vida?", questiona a psicóloga

"Como a sociedade pode levar uma pessoa a tirar a própria vida?", questiona a psicóloga - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Setembro Amarelo surgiu da necessidade de sensibilizar a sociedade para o aumento, por vezes silencioso e/ou subnotificado, do suicídio. Cerca de 1 milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos no mundo. Uma a cada 40 segundos, conforme estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS).
No Brasil há um suicídio a cada 45 minutos. São registrados cerca de 12 mil suicídios anualmente.  Tirar a própria vida está entre as principais causas das mortes entre jovens, de 15 a 29 anos, e também de crianças e adolescentes.
No Brasil, a campanha denominada Setembro Amarelo foi iniciada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Para romper o preconceito e ampliar o diálogo, atenção e qualificar a prevenção, em 2014 foi instituído o 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
A OPAS/OMS reconheceu o suicídio e as tentativas de suicídio como uma prioridade na agenda global de saúde e incentivou os países a desenvolver e reforçar estratégias de prevenção, quebrando estigmas e tabus existentes sobre o assunto.

Idosos e jovens

Conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que registra tentativas e óbitos por suicídio no Brasil, idosos com mais de 70 anos correspondem a uma média de 8,9 mortes por 100 mil, entre os anos de 2011 e 2016. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chama atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas.
O diagnóstico registrou entre 2011 e 2016, 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).
O documento apresenta ainda que, no período, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Mulheres que atentaram mais contra a própria vida contabilizam 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. Por raça/cor, a população branca  registrou maior taxa, 53,2%. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.
Campanhas de sensibilização, expansão do atendimento pelo CVV em todo o território nacional, de forma gratuita, são importantes, porém insuficientes na opinião da psicóloga Luana Lima.
“A gente não tem uma política nacional. O maior passo corresponde às diretrizes nacionais de prevenção de suicídio, instituída pelo Ministério da Saúde em 2006, que tem uma enorme importância, mas que precisa ser questionada na sua projeção, no alcance social. Digo isso porque o Brasil é o quarto país latino-americano com maior índice de crescimento em suicídio, entre 2000 e 2012”.
Há uma falta de responsabilização do Estado, na opinião da estudiosa. “O Setembro Amarelo tem que vir junto, estar aliado a políticas. De partida, na capacitação dos profissionais de saúde. A temática do suicídio não é sequer falada na formação. Eu tive acesso à prevenção ao suicídio por ter feito um estágio no Núcleo de Prevenção ao Suicídio. Mas, isso não faz parte da minha grade [curricular], e olha que eu estudei psicologia. Isso não faz parte [da grade curricular] de médico, de enfermeiro, de nenhum profissional de saúde”.
Outro problema apontado por Luana, autora do estudo “Moralidades correntes sobre suicídio em unidades de saúde e seu impacto na assistência: uma análise na perspectiva da bioética de proteção”, tese de seu mestrado pela Universidade de Brasília (UNB), diz respeito à falta de investimentos na qualificação dos serviços de saúde.

Acolhimento precário

O Brasil conta com 2.463 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), para a garantia universal de acolhimento a 200 milhões de pessoas.
“Esses pacientes com sofrimento, com depressão, em tentativa de suicídio só conseguem se inserir na rede a partir de uma tentativa [efetivada], na emergência, em Pronto Socorro. E é normalmente nesses lugares que ele é extremamente maltratado, discriminado, punido, principalmente quando não tem mais risco de morte”, completa.
Segundo ela, a influência da moralidade dos profissionais de saúde compromete a qualidade do atendimento e, muitas vezes, acarretam a desesperança do paciente, que irá reincidir, evitar nova busca de ajuda e até a consumação do ato.

Opressão social

Entre os fatores de risco para o suicídio, o Ministério da Saúde aponta transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.
Os sinais demonstrados por alguém com tendência suicida são inúmeros, incluindo o não sinal. “Muitas vezes eles expressam esse sofrimento. ‘Eu queria dormir e não acordar mais’. ‘Eu não agüento mais essa dor’. ‘Eu quero morrer’. ‘Eu vou me matar’. São frases que denunciam  o sofrimento que, muitas vezes, a gente lê como uma forma de chamar a atenção. Tem muito esse mito: ele ameaça e não faz. Não, quem  ameaça tenta e faz. Tem aquele que não dá sinal, que comete um ato impulsivo? Sim, mas é um grupo menor”, exemplifica.
A pesquisadora acredita que as causas de vulnerabilidade social contribuem. Para a pesquisadora é preciso pensar nos aspectos de saúde mental que levam ao suicídio, mas também nos aspectos opressores da sociedade. “Poder pensar um pouco como é que a sociedade, um meio social pode levar uma pessoa a tirar a própria vida”, ao lembrar o caso de suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que foi preso, depois solto e afastado da universidade, em processo baseado em depoimentos que não permitiram o contraditório e a ampla defesa.

Saídas

Segundo ela, a pessoa com tendência suicida busca acabar com a dor e a psicoterapia leva à legitimação desse convívio com a dor, o acolhimento. Daí, a necessidade, em sua opinião, de desmistificar a questão. “Precisa entrar nas escolas, ser tratado de forma intersetorial. São políticas que não se restringem à saúde”, justifica.
A medicalização não é a única saída, na opinião da psicóloga. Luana entende se tratar de uma questão multifatorial. “O transtorno é um fator de risco muito importante para o suicídio. A depressão, a esquizofrenia, o alcoolismo são os três maiores transtornos em ocorrência; principalmente a depressão. A gente precisa desmedicalizar o suicídio”.
Em seu estágio no Núcleo de Prevenção ao Suicídio conseguiu prevenir alguns casos, com apoio de equipe e através do acolhimento e da escuta. “Se o sujeito tiver lugar para falar, o sofrimento vai se alterando, conforme ele é nomeado. O suicídio é um ato de comunicação. É um ato que ele não conseguiu botar em palavras. Então, nosso trabalho de prevenção é feito por essa legitimação [da dor]. Aqui você tem espaço para falar”.

Editado por: Katarine Flor

Artigo original publicado em Saúde Popular.

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