Os Estados Unidos atacaram, na noite desta quinta-feira (17), um porto controlado pelo grupo Houthis, na região oeste do Iêmen, matando pelo menos 58 pessoas e deixando outras 126. O ataque já é considerado o mais letal desde que os EUA iniciaram os ataques contra os grupos aliados do Irã, em março deste ano.
O objetivo do ataque era cortar uma fonte de fornecimento de combustível e de financiamento do grupo, o terminal petrolífero de Ras Issa, no Mar Vermelho. De acordo com o Comando Central dos Estados Unidos, o ataque deve “enfraquecer a fonte de poder econômico dos Houthis, que continuam explorando e causando grande sofrimento aos seus próprios compatriotas”, disse em nota.
“As forças americanas tomaram medidas para eliminar esta fonte de combustível para os terroristas houthis apoiados pelo Irã e privá-los das receitas ilegais que financiaram os esforços houthis para aterrorizar toda a região durante mais de 10 anos”, acrescenta a nota.
Os Houthis, baseados no Iêmen, são apoiados pelo Irã e, desde o início dos ataques massivos de Israel à faixa de Gaza, têm lançado mísseis em direção ao território israelense em solidariedade ao grupo palestino, que também recebe apoio iraniano.
Além disso, os Houthis vêm atacando navios cargueiros de países ocidentais que transitam pelo Mar Vermelho, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. Em resposta aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos, o grupo prometeu intensificar os ataques contra as embarcações comerciais.
Nesta sexta-feira, o Irã condenou os ataques determinados por Donald Trump, classificando-os como “bárbaros” e uma “violação flagrante dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”.
Os bombardeios contra o porto de Ras Issa ocorreram na véspera de uma reunião entre representantes dos Estados Unidos e do Irã, marcada para sábado, em Roma, com o objetivo de discutir o programa nuclear iraniano.
“As ações militares no Iêmen enviam claramente um sinal a Teerã”, afirmou à AFP o analista Mohammed Albasha. “A mensagem hoje é inequívoca: os Estados Unidos não miram apenas os recursos militares e os integrantes dos houthis, mas também em sua infraestrutura econômica”, acrescentou.
*Com AFP.