Um futuro regido pela ótica ecofeminista. Já pensou? Esta é a proposta do podcast Griô do Amanhã que estreou em abril nas principais plataformas de áudio. A série de ficção futurista convida o ouvinte a imaginar outro tempo histórico, que se passa no ano 2250, em que a tecnologia está unicamente a serviço da humanidade, e a conexão com a natureza é algo profundo e natural.
Ao todo, a série é composta por dez episódios, sendo quatro de ficção e seis de entrevistas com personalidades do tempo atual. A narrativa ficcional traz a história de Tiê e seus amigos Jaci e Eli que, após encontrarem um dispositivo antigo (pendrive) que contém mensagens estranhas, saem em busca de Moira, uma importante Griô, mestre saberes, que vai lhes conduzir a uma jornada de imersão lúdica no Museu do Patriarcado.
Já entre as entrevistadas destacam-se convidadas de diversas áreas do saber como Márcia Tiburi, Neidinha Suruí e Áurea Carolina. Elas abordam os temas contemporâneos que o podcast trata nas suas entrelinhas.
Segundo Aline Souza, coprodutora do Griô do Amanhã, a principal ideia do podcast é romper com a ideia da distopia que veio na ideia de Hollywood baseada em catástrofes, guerras e fim de mundo.
“A ideia de extinção da raça humana é melhor aceita do que a possibilidade de nós mudarmos esse sistema econômico nefasto que é o capitalismo, esse sistema de morte, de uma máquina de moer gente. A humanidade está mais acostumada a considerar a hecatombe, a catástrofe, o fim de tudo, do que considerar uma mudança radical, naquilo que se considera um sistema econômico vigente há tantos séculos. A gente resolveu provocar essa reflexão a partir de uma visão ecofeminista, criando os cenários que vão acontecer em 2250”, explica Souza ao Brasil de Fato.
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A pesquisa para a criação do podcast foi realizada com base em dados reais do contexto político e social do mundo atual, ou seja, usar o presente para imaginar o pior futuro possível e a partir disso construir outra utopia para a humanidade atingir uma sociedade mais justa, respeitosa e equilibrada.
Além da áudio série, também foi elaborado o Dicionário do Futuro, com terminologias ressignificadas; e uma linha do tempo, que traça a cronologia dos acontecimentos ficcionais da narrativa até a chegada de uma nova Era.
“O podcast trabalha a cultura, o entretenimento e as pautas de gênero e política do nosso tempo de para a gente poder refletir sobre o futuro, o amanhã que nos habita”, destaca a coprodutora à reportagem.
Ouça o podcast Griô do Amanhã.
