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OPINIÃO

A ditadura segundo Bolsonaro

“Como um personagem de Dante, ele sempre cai no círculo do terror de Estado, que está na sua formação”, escreve Urariano

19.jul.2025 às 07h37
Recife (PE)
Urariano Mota
A ditadura segundo Bolsonaro

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda durante o mandato, é saudado por militar - Carolina Antunes / Presidência da República

Vi a notícia na Folha de São Paulo de que, no STF, Bolsonaro recorreu à narrativa negacionista sobre ditadura militar para afastar acusação de golpe. Logo ele, que sempre exaltou, ainda exalta a tortura – mas não aplicada a ele próprio, é claro. Para a sua ideologia, o herói foi o assassino Ustra.

No julgamento, Bolsonaro tem todos os direitos que foram negados aos militantes torturados e mortos desarmados durante a ditadura. Na sua “defesa” no STF, o genocida respirou fundo para melhor absorver e soltar de volta mentiras e infâmias. Ele jamais teria tentado um novo golpe como o de 1964. Mas o tempo da sua apologia à ditadura foi antes da sessão do STF. E ele falou publicamente, como podemos ver numa busca rápida no Youtube.

A notícia na Folha diz que “a fala de Bolsonaro sobre o golpe de 64, em seu interrogatório no STF, recupera uma linha de raciocínio comum no meio militar, que tenta justificar a instauração do regime: a noção de que as Forças Armadas teriam, na época, apenas atuado como ‘tradutoras’ da vontade nacional e ‘salvadoras’ da nação frente uma possibilidade de ‘ditadura do proletariado’ que poderia ocorrer no Brasil da época”.

Na Divina Comédia, de Dante Alighieri, os círculos do inferno são nove. Mas para o fascista Bolsonaro são dois: para não cair nos atos de golpe que ele planejou, cai na ditadura que sempre esteve em seus atos e falas. Ele sempre cai e fica nos círculos do terror de Estado. O terror está na sua formação, atos e índole. Um terror até hoje não julgado.

Leia: Gregório Bezerra e a tortura pública na Praça de Casa Forte

Militares matam estudantes e derrubam Miguel Arraes, no Recife

No romance “A mais longa duração da juventude”, evoco e invoco:

“O assassinato de Soledad não exibiu todo o seu horror no primeiro impacto. Entendam: houve traumatização extraordinária, mas em 11 de janeiro de 1973, data dos jornais cujas manchetes traziam as execuções, não se adivinhava tudo, no mesmo passo em que se recuava diante do mais fundo inferno que se ocultava.”

“Eu sabia, antes das fotos dos seis ‘terroristas’ na imprensa, que Soledad estava grávida, pois tricotava sapatinhos de bebê em Jaboatão. Mas jamais poderia crer – e crer aqui possui o sentido de enfrentar na consciência o que não é desejável -, jamais poderia crer nas condições da sua morte, do seu cadáver como descreveu a fala da advogada Mércia: ‘Soledad estava com os olhos muito abertos, com uma expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão que ela foi morta e ficou algum tempo deitada e a trouxeram, e o sangue quando coagulou ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela. Não posso saber como foi parar ali, ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror’.”

“Esse açougue sobre uma pessoa não sabíamos eu e todos companheiros subversivos ainda sobreviventes. Para nós, se comparo mal, a morte vinha como um estado entre a vida e a notícia no jornal, imobilizada, ou se comparo pior, como uma morte de desenho animado – pow! – e a figura, o boneco morria feito bola de festa. Pow! Mas a crueldade real não era assim. Havia sangue de matadouro naquela morte. Só não chegava a ser feito rês, em razão da inutilidade para a venda da carne nos açougues.”

Leia: Soledad Barrett, assassinada no Recife pela ditadura, ganha busto na rua da Aurora

A vida de Soledad Barrett e sua filha, há 30 anos buscando informações sobre a mãe

Aos 28 anos a paraguaia Soledad Barrett foi presa, torturada e assassinada por militares em 1973 | Reprodução

“Nós não podíamos imaginar. Primeiro, porque não fomos ao necrotério; segundo porque não víamos – e se alcançasse a vista, negaceávamos, num movimento de boi puxado pela corda no abatedouro. Era ver e olhar para o outro lado, até voltar os olhos para o que não queríamos: Soledad e seu horror. Mais grave, tão egoístas éramos, Soledad e nosso horror. Não queríamos ver.”

“No entanto, nos sentimos agora como oncologistas do tempo, olhando as imagens 43 anos depois: havia ramificações de câncer ao lado e em torno do foco ampliado. Havia traições ao redor de Soledad, graves e tão indignas quanto a sua destruição. Delas, a mais evidente era o Cabo Anselmo, a quem conhecíamos pelo nome de guerra Daniel. Sabíamos – melhor: suspeitávamos – de uma infiltração, mas nada ainda que descobrisse a identidade do Cabo Anselmo, que a imprensa exagerava como o líder da Revolta dos Marinheiros em 1964. Um quadro assim não tínhamos. A nossa capacidade de imaginar não descia a tanto.”

“Soledad era a mulher de quem eu havia furtado um beijo. Corrijo: a mulher guerreira, a suave flor em que tentei pousar os lábios. A mulher que, em legítimo platonismo, amei. Amo. Ela estava na foto como terrorista, sobre quem silenciei a verdade e o caráter no ambiente do trabalho. Isso era o que tínhamos. O que viemos a saber, nos mais recentes dias, tem sido uma longa revelação. Seria como uma novela, um thriller fatal de nos suspender a respiração, ainda que os capítulos tenham se passado há mais de 43 anos.”

A gente bem que gostaria de nunca mais voltar a semelhante memória de crimes contra a humanidade. No entanto, o anti-humano faz com que a gente volte a escrever, a continuar a denúncia, nestes dias mais que nunca. Que venha a mais ampla fraternidade contra o fascismo. Justiça e cadeia para Bolsonaro e semelhantes.

Também de Urariano Mota: O caráter dos que lutaram contra a Ditadura

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Editado por: Vinicius Sobreira
Tags: bolsonarocombate à torturaditadura militargolpe de estadopernambucorecife
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