O Levante Popular da Juventude realizou uma ação de escracho na manhã desta terça-feira (12) em frente ao condomínio onde mora o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), na Barra da Tijuca, contra a violência policial no estado.
Com a mensagem “Juventude Negra Quer Viver”, os jovens também cobram a responsabilização dos policiais envolvidos nos assassinatos de jovens e crianças e exigem medidas de proteção. O ato ocorre na data em que é celebrado o Dia Internacional da Juventude.
Dados de junho do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que as mortes por intervenção policial no estado do Rio de Janeiro aumentaram 34,4% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2024. O número passou de 212 para 285 mortos. O índice de mortes violentas também aumentou, de 1.181 para 1.254, uma alta de 6%.
“A juventude tem sido sistematicamente vítima de uma política de segurança pública que lhes retira o principal direito, o direito de viver. Essa política é parte de um projeto de extermínio que nos arranca sonhos”, afirma Larissa Vulcão, militante do Levante.
“Hoje trouxemos a memória das vítimas desse Estado letal, trouxemos a memória do jovem Herus, de 24 anos, que foi assassinado no Santo Amaro durante uma festa junina comunitária. Quantos Herus terão que morrer?”, referindo-se a Herus Guimarães, morto durante uma operação policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na comunidade enquanto acontecia uma festa junina.
“A polícia age a partir de um modus operandi. Estamos aqui exigindo justiça, dizendo que essa realidade precisa ser denunciada e transformada. Estamos aqui denunciando: Cláudio Castro, tem sangue em suas mãos”, conclui a integrante do movimento.
Esta não é a primeira vez que o Levante Popular da Juventude realiza esse tipo de ação, conhecida como “escracho”, no Rio de Janeiro. Em fevereiro deste ano, o movimento fez um ato semelhante contra o ex-general Antônio Belham, um dos responsáveis pela morte do deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar no Brasil.
O Brasil de Fato entrou em contato com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Se houver retorno, o texto será atualizado.