O Ministério da Saúde de Gaza registrou, nesta terça-feira (2), 13 mortes, incluindo três crianças, “devido à fome e à desnutrição nas últimas 24 horas”, elevando o total de mortes relacionadas à fome para 361, sendo 130 crianças. Pelo menos 78 palestinos foram mortos em ataques israelenses em Gaza desde o amanhecer, incluindo 42 na Cidade de Gaza, de acordo com fontes médicas à TV Al Jazeera.
Entre os mortos, havia 20 pessoas em busca de ajuda, segundo fontes dos hospitais do território. Militares israelenses têm preparado uma ofensiva para tomar a Cidade de Gaza, o maior centro urbano do território palestino, com intensos bombardeios nos últimos dias e advertências de uma evacuação iminente.
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que cerca de um milhão de pessoas vivem na cidade e em seus arredores. O organismo mundial declarou oficialmente situação de fome na Faixa de Gaza.
A correspondente da Al Jazeera em Gaza Hind Khoudary afirma que “os palestinos estão presos em uma jaula na Cidade de Gaza neste momento, tentando sobreviver ao máximo de ataques aéreos. Eles também estão morrendo devido ao bloqueio de alimentos e ajuda humanitária, pois não conseguem obter os meios básicos de subsistência”.
“A invasão terrestre está se intensificando e se expandindo, e os palestinos têm poucos lugares para onde escapar. Aonde quer que vão, os ataques aéreos os seguem.”
Mas os planos do governo Benjamin Netanyahu para aumentar os ataques enfrentam resistência em Israel. Cerca de 365 reservistas já anunciaram que vão se recusar a servir se forem convocados, alegando que a guerra é ilegal. A decisão ocorre em meio a uma mobilização em larga escala de reservistas por Israel para expandir as operações terrestres em Gaza.
As preocupações dos reservistas incluem o bem-estar dos prisioneiros israelenses em Gaza e a falta de “lógica” na tomada da Cidade de Gaza, vista como um passo para restabelecer a presença militar israelense em toda a Faixa de Gaza.