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Planeta Terra ou planeta Água?

O Planeta Água ocupa 70% da superfície do Planeta Terra, considerando o seu todo

Como já comentamos, sem os raios de calor e luz o planeta Terra simplesmente não existiria, seríamos uma grande bola gélida e escura. Ou melhor, não seríamos.

E sem água, seríamos? O planeta Terra seria uma bola árida e estéril. Ou seja, também não seríamos.

A água está em todos e em tudo.

Está em nosso corpo humano (70%), nos animais (entre 50% e 85%) e nas plantas (até 90%), no que comemos e bebemos, nos produtos agrícolas e industriais.

O planeta Água ocupa 70% da superfície do Planeta Terra, considerando o seu todo.

E onde está todo este volume de água? 97,2% é água salgada dos mares e oceanos e somente 2,5% de água doce das geleiras, das importantes águas subterrâneas e dos arroios, rios, lagos.

A água dos mares e oceanos, além de caminhos pelo universo e grande parte de nosso lazer, nos proporciona outros itens vitais. Retém quantidade do calor dos raios solares e realiza a evaporação de águas que irão formar as nuvens, que através dos ventos, nos trazem as chuvas, tornando assim o ciclo da água um recurso renovável.

Mares e oceanos realizam o equilíbrio da temperatura e do clima no planeta. Quando ocorre o sobreaquecimento da terra, decorrente da emissão do excesso de gases de efeito estufa – GEEs – realizado pelas atividades humanas, ocorre o derretimento das geleiras nos pólos, montanhas e áreas frias da terra, desequilibrando toda a natureza, gerando os desastres climáticos tão intensos e frequentes que sofremos. Geleiras em montanhas, em circunstâncias normais fornecem água doce em vários países, recompondo-se nas estações mais frias. Com o sobreaquecimento podem derreter mais rapidamente, gerando inundações, num primeiro momento, e deficiência no abastecimento a seguir.

Os mares e oceanos contém 97,5% de água do planeta, essenciais à nossa sobrevivência.

Mares e oceanos ainda fornecem grande parte do sal e dos nossos alimentos, especialmente peixes.

Agora precisamos com todo respeito à nossa vida, verificar o que são os somente 2,5% de água doce do planeta. Onde estão? 69% nas geleiras, 30% em águas subterrâneas e tão somente 1% nos arroios, rios e lagos.

A utilização  deste 1% está assim dividido: agricultura – 70%; indústria – 22% e uso doméstico, serviços e comércio – 8%.

Precisamos nos abastecer e realizar todas as atividades com apenas 1% da água doce.

O Brasil é a maior reserva de água doce de águas correntes e lagos do planeta. Na Amazônia está maior parte, seja através de suas próprias águas ou através dos “rios voadores”, que são gerados pela evaporação das águas e transpiração das plantas, formando as nuvens. Os ventos fazem voar estas nuvens por grande parte da América do Sul, especialmente para a região sudeste do Brasil. A degradação da Amazônia é a principal causa dos GEEs emitidos pelo Brasil, além de ser diretamente responsável pelas frequentes secas e inundações  em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

As pouco conhecidas de 30% das águas subterrâneas são estratégicas e vitais para nossa vida. Entre nós temos um dos maiores reservatórios do mundo, o Aquífero Guarani. Estas reservas precisam urgentemente de uma preservação melhor, já que não raramente são contaminadas por atividades nada sustentáveis.

Em solo brasileiro, no Rio de Janeiro, durante a conferência das Nações Unidas para o Meio ambiente, em 22 de março de 1992,  a ONU instituiu o Dia Mundial da Água.

Na conferência das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, em 22/3/1992 foi instituído o Dia Mundial da Água.

O tema passou a integrar mais as previsões e alertas da ONU. Já emitiu alertas de que em 2030 (logo ali) poderemos ter um déficit de água da ordem de 35%. As região passível de maior risco será o Oriente Médio, em especial os países Catar, Israel, Líbano, Irã e Jordânia, região em permanentes conflitos. No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro poderão ter situações mais críticas ainda. Em nossa região metropolitana, o sempre crítico Rio Gravataí, abastecedor de vários municípios, poderá vir a causar um colapso, se o histórico (o primeiro do Rio Grande do Sul) Comitê de Gerenciamento do Rio Gravataí não conseguir retomar suas atividades plenas.

O estado tem possibilidade de cuidar adequadamente da água em todas as regiões; basta que os 24 Comitês de Bacia hidrográfica tenham condições de cumprir as suas atribuições legais, e não serem completamente abandonadas pelo Estado, como estão sendo.

Aliás, o RS precisa tratar efetivamente muito melhor das águas das chuvas. Investir pesadamente em reservatórios de água seja para enfrentar as secas ou noutros períodos, ao mesmo tempo, proteger-se adequadamente das inundações, neste caso fazendo a manutenção correta dos sistemas de drenagem e proteção contra cheias existentes e implantar os inexistentes.

Além da proteção contra alagamentos e inundações, os municípios, juntamente com o apoio de estados e da União, devem efetivamente  universalizar os serviços de saneamento, produzir e distribuir mais água potável, coletar e tratar os esgotos, de maneira alguma permitir que lixos misturem-se com qualquer água. Lembramos que 70% das doenças tem origem na falta de saneamento.

O saneamento, pela sua condição estratégica e vital não combina com empresas privadas, que necessitam de lucro, até mesmo para garantir a sua existência.

Ainda, aumentar muito a arborização existente. Citamos novamente o caso de Medellin/Colômbia a ser analisado.

Assim com as atividades adequadas (não fakes) de saneamento e meio ambiente podemos ter cidades seguras, saudáveis e com muita qualidade de vida. 

Observação: Os dados percentuais citados devem ser considerados na sua ordem de grandeza. Podem não mais ser exatos, mas a sua participação no item em análise possui aproximadamente esta dimensão.      

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

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