DECLARAÇÃO

Rússia diz que EUA preparam "provocação militar perigosa" perto da Venezuela

Segundo governo russo, EUA e OTAN estão estudando a entrega de armamentos à oposição venezuelana

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Zarakhova: 'Washington está realizando preparos para uma provocação, fazendo-o conforme todas as regras da arte militar'
Zarakhova: 'Washington está realizando preparos para uma provocação, fazendo-o conforme todas as regras da arte militar' - MFA/Rússia

Os EUA estão preparando perto da fronteira da Venezuela uma provocação “em grande escala”, afirmou nesta sexta-feira (22/02) o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

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"A evolução dos eventos na Venezuela se aproximou de um patamar crítico, todos o entendem. Para o dia 23 de fevereiro está agendada uma provocação perigosa em grande escala: a passagem da fronteira da Venezuela, estimulada e liderada por Washington, do chamado comboio de ajuda humanitária, que pode levar ao confronto entre apoiadores e opositores das autoridades atuais e à criação de um pretexto conveniente para uma ação militar de afastamento do poder do presidente legítimo do país", disse a porta-voz do ministério, Maria Zakharova.

Segundo ela, os EUA estão transferindo forças especiais e equipamento militar para perto da Venezuela. "Washington está realizando preparos para uma provocação, fazendo-o conforme todas as regras da arte militar […] Foi registrada a transferência de forças especiais norte-americanas e equipamento militar para mais perto do território venezuelano", apontou.

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Além disso, Zakharova apontou que os EUA e a OTAN estão estudando a questão de entrega de armamento à oposição venezuelana.

"Existem dados de que empresas dos EUA e seus aliados da OTAN estão estudando a questão da aquisição, em um dos países da Europa Oriental, de um grande lote de armamentos e munições para sua entrega posterior às forças opositoras da Venezuela", comunicou a representante oficial.

Segundo ela, trata-se de exemplares e análogos de metralhadores pesadas, lança-granadas acoplados e automáticos, lançadores de mísseis antiaéreos portáteis e munições para armamento ligeiro e artilharia.

Zakharova afirmou que as provocações dos EUA na Venezuela, caso sejam realizadas, aumentarão drasticamente o nível de tensão e o ambiente de confrontação no mundo.

"Caso os planos dos organizadores da provocação sejam realizados, isso significaria que a política externa agressiva dos EUA passaria para um novo nível, para o caminho do aventureirismo militar. Mas esse é um caminho para baixo. Ocorrerá um agravamento drástico da tensão, um salto no ambiente de confrontação no mundo", disse.

China critica suposta ajuda humanitária

O governo da China também se posicionou nesta sexta a respeito do agravamento da crise política na Venezuela. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, destacou a postura de seus país em rechaço a qualquer pressão ingerencista que possa colocar em perigo a estabilidade da Venezuela e que a suposta "ajuda humanitária vinda dos EUA atenta contra a paz na região.

"A China está contra a ingerência militar e contra qualquer tipo de ação que provoque uma escalada de tensão na Venezuela", disse o funcionário do governo chinês à imprensa.

Geng pediu calma e que se evite ingressar a suposta "ajuda humanitária" sem a autorização do Estado venezuelano, já que esta ação poderia ter consequências graves. Da mesma forma, destacou o papel do governo da Venezuela que garantiu a paz no país diante da pressão externa.

Edição: Sputnik