NUTRIÇÃO INFANTIL

A importância da introdução alimentar para bebês

"A criança consegue trabalhar todos os sentidos em relação a um alimento"

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Não se deve forçar a alimentação da criança quando sinais de sono forem apresentados - Foto: Daniel Lamir
"A criança consegue trabalhar todos os sentidos em relação a um alimento"

Um bebê de poucos meses pode ainda nem falar, mas pode, talvez, pedir uma, digamos, uma ampliação no cardápio alimentar. Sabemos que leite materno é o alimento mais recomendado para os primeiros meses de vida e que há situações também em que as fórmulas são necessárias para os bebês. Mas qual seria o momento ideal para dar um passo a mais na dieta? Como os bebês devem conhecer novos sabores e texturas de alimentos?  

A nutricionista Renata Greco afirma que o leite materno é recomendado até os dois anos. Mas, ao mesmo tempo do aleitamento, deve-se apresentar outros alimentos não apenas para nutrir as crianças. Renata explica que a introdução alimentar deve ser feita por volta dos seis meses, como um momento importante para o estímulo aos sentidos e ao aprendizado nutricional.

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“Então o intuito do alimento nesses primeiros meses de introdução alimentar é conhecer, vivenciar esse mundo Através do tato, do paladar, do olfato, até do auditivo, testando um alimento que é mais crocante ou mais duro, e ela resolve bater na mesinha. Então quando a criança consegue trabalhar todos os sentidos em relação a um alimento, ela aprende um pouco mais. Ela não aprende apenas a comer e nutrir, mas ela aprende também força, controle motor, cheiro, gosto, textura, o que é duro, o que é mole. E essa vivência traz uma riqueza de aprendizado nutricional muito grande, que a criança leva para o resto da vida”, explica.  


A alimentação é importante para a formação de uma identidade do paladar. / Foto: Daniel Lamir

Ou seja, a tal melequeira que o bebê costuma fazer com a comida deve ser vista com bons para o desenvolvimento. Por a ser uma fase de formação da identidade do paladar, a dica é oferecer uma alimentação saudável, natural e equilibrada, com o máximo possível de frutas, verduras, legumes, raízes, grãos. 

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Renata alerta também para a importância das pessoas responsáveis não ficarem ansiosas com o processo de introdução alimentar. O comportamento de forçar a barra para aumentar a quantidade de alimento mesmo que a criança não queira mais é totalmente desaconselhável. Ela lembra que é importante manter o aleitamento materno como principal fonte nutricional até o primeiro ano de vida, garantindo mais estabilidade no desenvolvimento da criança. 

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“Então, alguns ficam mais presos ao leite do que interessados pelos alimentos. Eles passam por períodos de inapetência, de falta de apetite quando tem nascimento de dente, vacina, resfriado, virose. Então o leite pode continuar fazendo o principal papel de nutrição. Dessa forma a gente evitar o stress, a briga, forçar a criança a comer, de achar que a comida que não está sendo bem feita e entender que essa fase dela acontece e entender que o bebê está sendo bem nutrido com o aleitamento”, ressalta.   

A nutricionista lembra ainda que é importante respeitar o tempo de cada criança com a introdução alimentar. Assim como tempo de falar, engatinhar e andar é variável de uma criança para outra, a aceitação de alimentos também. Para quem desejar conhecer um pouco do trabalho de Renata Greco, que atende em Maceió (AL), a dica é acessar o Instagram e procurar o perfil @bebequecome

Edição: Douglas Matos