Diversidade

Guavira: um doce sabor do Pantanal

Típica do centro-oeste brasileiro, a fruta é símbolo do Estado do Mato Grosso do Sul

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Os frutos adocicados podem ser consumidos ao natural ou na forma de sucos ou geleias - Copaíba / Divulgação
A guavira também é conhecida como guabiroba ou gabiroba

O Brasil é composto por 26 estados, mais o Distrito Federal, distribuídos em 8.516.000 km² e com uma população de mais de 200 milhões de pessoas. Só com esses números, a gente consegue imaginar o quão diverso e único é o nosso país.

Como bem escreveu o poeta Antônio Gonçalves Dias, “minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques tem mais vida, nossa vida mais amores”.

E não é possível falar sobre diversidade e beleza sem lembrar do Pantanal, que além de abrigar diferentes espécies de animais e plantas, também é rico em frutos com excelentes propriedades nutricionais.

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Um exemplo é a guavira, que em 2017 foi escolhida como símbolo do Mato Grosso do Sul por conta da sua presença marcante no estado.

Apesar disso, ela também pode ser encontrada em outras regiões como explica a professora de nutrição da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Fabiane La Flor Ziegles Sanches.

“Além da região centro-oeste, a gente pode destacar essa fruta em estados como São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Bahia”. 

A professora também conta que a fruta de sabor adocicado e coloração amarela é rica em fibras. “Que é um nutriente extremamente importante, associado com benefícios para a saúde, além do seu potencial antioxidante, através da presença, de ser rica em nutrientes, como vitamina C e os minerais selênio, zinco e cobre", destaca.

A guavira contém ainda a presença de "compostos fenólicos, que é uma classe de compostos, que justamente tem um papel antioxidante", acrescenta Fabiane.  Além disso, ela lembra que outros nutrientes como o potássio, o cálcio e o ferro também estão presentes na fruta

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A guavira, que também é conhecida como guabiroba ou gabiroba, pode ser consumida de diferentes formas, inclusive, na produção de algumas bebidas alcoólicas como licor e vinho. A professora fala mais um pouco sobre como a fruta pode ser utilizada na culinária.

“Seja consumidos in natura ou processados e incorporados em outros produtos, como sucos picolés, sorvetes, geleias, doces. Bem como outras aplicações que a população pode estar agregando nas receitas todo aquele potencial, principalmente, antioxidante e de fibras”.

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Ela diz ainda que professores e estudantes da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimento e Nutrição, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolvem pesquisas com a guavira para aprender mais sobre as suas propriedades nutricionais e descobrir novas formas de consumir a fruta.

“Tem uma aluna que desenvolveu uma calda com a guavira, apresentando características  bem interessantes. E essa calda pode ser utilizada em vários produtos como sorvetes e iogurtes. Então, existe também esse potencial ainda a ser explorado de utilização dessa fruta na elaboração e desenvolvimento de novos produtos”, afirma Fabiane. 

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A fruta faz tanto sucesso entre os moradores do estado de Mato Grosso do Sul, que dá nome a um festival da cidade de Bonito. A festa acontece sempre nos últimos meses do ano, época que acontece a frutificação da guavira, e tem como objetivo resgatar a cultura e a história da comunidade.  

 

 

Edição: Daniel Lamir e Douglas Matos