Na mira do Senado

Ao vivo: CPI da Covid ouve Carlos Wizard e vota convocação de Ricardo Barros; assista

Wizard é investigado por compor o suposto “gabinete paralelo”; Barros, pela suposta fraude na negociação da Covaxin

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

O presidente Jair Bolsonaro era aconselhado pelo empresário Carlos Wizard - Foto: Reprodução / Instagram

Depois de escutarem o deputado estadual do Amazonas, Fausto Vieira dos Santos Junior (PRTB), relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa do estado em 2020, os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouvem o empresário Carlos Wizard, nesta quarta-feira (30).

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Wizard é investigado por fazer parte do suposto “gabinete paralelo”, composto por empresários e médicos que aconselhariam o presidente acerca do uso de medicamentos comprovadamente ineficazes pela ciência contra a covid-19, como hidroxicloroquina e cloroquina. Sua convocação foi requerida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, destacou Wizard como um homem de confiança do governo, com estreita relação com a pasta.

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“Puxei o Wizard para vir nos ajudar, porque ele poderia ser um grande link entre o ministério e a parte da compreensão social. Cheguei a indicá-lo para trabalhar na Secretaria de Ciência e Tecnologia, mas ele não achou que conseguiria se desvencilhar dos assuntos de suas empresas e achou melhor não entrar”, informou Pazuello aos senadores. O empresário, no entanto, recusou a oferta. 

Pazuello também disse que Wizard organizou um encontro com médicos de fora do governo e a Saúde para dar aconselhamentos ao ministro. “Confesso que não aceitei [as propostas]. Sentei para ouvir a ideia desses médicos, não gostei”, encerrou o ex-ministro.

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Sobre um suposto gabinete paralelo, a ministra do STF, Rosa Weber, classificou “a eventual existência de um Ministério da Saúde Paralelo, desvinculado da estrutura formal da Administração Pública” como um “fato gravíssimo que dificulta o exercício do controle dos atos do Poder Público, a identificação de quem os praticou e a respectiva responsabilização e, como visto, pode ter impactado diretamente no modo de enfrentamento da pandemia”.

O posicionamento da ministra foi dado no âmbito da decisão que manteve a quebra de sigilos telefônico e telemático (mensagens e e-mails) do empresário Carlos Wizard, próximo do presidente Jair Bolsonaro. 

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Wizard não compareceu à primeira convocação dos senadores, no dia 17 de junho, alegando estar fora do Brasil. Nesta segunda-feira (28), o empresário desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), dos Estados Unidos, onde estava desde março.

Ao chegar ao aeroporto, Wizard entregou o passaporte à Polícia Federal, como determinado pela Justiça Federal. Depois, embarcou para Brasília em um jatinho particular.

Convocação do deputado Ricardo Barros

Nesta quarta-feira (30), os senadores também votam a convocação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), acusado de ser um dos responsáveis pelo esquema de corrupção na negociação de doses da vacina indiana Covaxin, entre o Ministério da Saúde e a empresa brasileira Precisa Medicamentos. 

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O nome de Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados, apareceu na última sexta-feira (25), quando o deputado federal Luis Claudio Fernandes Miranda (DEM-DF) e o irmão Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, depuseram à CPI. 

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Segundo o deputado Luis Miranda, a denúncia do suposto esquema de corrupção foi apresentada ao presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março deste ano. No encontro, o ex-capitão teria atribuído o esquema ao líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). "Se eu mexo nisso aí, você sabe a merda que vai dar. Isso deve ser coisa de 'fulano'”, referindo-se ao líder, teria declarado Bolsonaro, segundo o deputado Luís Miranda.

Assista ao depoimento ao vivo por meio do Youtube do Brasil de Fato:

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Edição: Vivian Virissimo